Daqui a alguns minutos, nas redes sociais, todos se regozijarão por ser sexta-feira. Não faltarão as tradicionais graças a Deus, os yuppi, ou os yé junto à palavra sexta-feira. Eu não partilho muito desse entusiasmo e, podia justificar com o facto de o meu dia, amanhã, começar às 6 da manhã mas, até nem é por aí. O que me aborrece é esta rotina de ser sempre os mesmo dias. É este ciclo infinito que se repete ad eternum, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sempre igual. O único dia imutável seria o domingo, vá é o dia do Senhor e o povo gosta de ir à missa mostrar o traje domingueiro. O dia seguinte seria uma lotaria. Na noite de domingo, e na televisão pública haveria o sorteio que definiria a semana. Uma tombola encaixilhada pela foto do chefe da nação atrás, as bolas com os dias de segunda a sábado perfiladas, uma senhora compostinha num fato de poliéster nas cores da bandeira nacional e voz afinada para cantar o resultado, uma mesa com os elementos do governo civil a supervisionar. Às 20 horas em ponto, a bolas entravam na tombola, davam três voltas completas para depois e aleatoriamente sair uma. A senhora cantaria o resultado: quiiiiiiiiinnntttttttttaaaaaaaa feeeiiiiira. E então a semana começaria a uma quinta feira. No dia seguinte não mais ouviríamos o choradinho do "detesto segundas-feiras" (a não ser quando esta saísse em sorte). Todas as conversas versariam sobre o sorteio. Uns gabariam a sua capacidade intuitiva com um "já sabia", os esquerdalhas culpariam o governo e o lobi dos patrões porque a segunda feira saía mais vezes que a sexta, outros ainda lamentariam porque lhes dava mais jeito a terça que a quinta. Os queixumes continuariam, afinal são o desporto nacional mas, seria todo um novo mundo de tópicos de conversa para se alternar com o habitual tema do tempo que faz. Além de que acabaria com esta coisa chata da rotina...
2 comentários:
Por ser sexta-feira e por ser o dia internacional da mulher.
Eu só vou celebrar às 18 horas. :P
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