Sábado à noite foi dia de desfrutar da Capital Europeia da Cultura. Confesso que não sabia muito bem ao que ia, a minha mente só reteve três factos: concerto, antiga fábrica e entrada gratuita. Foi o suficiente para aceitar. Junto com o bilhete entregaram-me o flyer com a descrição do espectáculo. Eu, que andei 5 anos na faculdade e me formei em letras, não consegui perceber patavina do texto. Eram 18 linhas de puro surrealismo! Fiquei apreensiva, confesso. A apreensão cresceu ainda mais quando entrámos para o recinto. Não havia luz, a escuridão era total, e o lugar reservado ao público era um rectângulo marcado no chão. O concerto não era um concerto, porque e música não era música, nem melodia, nem repercussão, nem dó nem ré, era simplesmente oms seguidos de ais e ohs. A obra de arte consistia no artista Jonathan Saldanha junto a uns aparelhos que não consegui identificar, e um "Khóros" de várias dezenas de pessoas vestidas de negro, contornando o rectângulo enquanto recitavam o mantra Om, seguido de uns gritinhos e grunhidos. Aguentei 15 minutos, depois de ter estado 45 à espera que o espectáculo começasse! Mas a minha desistência não teve que ver com a desilusão, que foi grande, ou com a falta de paciência, que já não era muita depois do atraso. A minha desistência foi mesmo precipitada pelas tonturas que aquilo que causou. Se é suposto a arte mexer connosco, então parabéns ao sr. Jonathan, pois decididamente conseguiu mexer com o meu sistema nervoso, que esteve muito perto de colapsar.
2 comentários:
E a frase da noite foi "Por favor tirem-me deste pesadelo!!"
E, claro "a paisagem psicoacústica que emana"!!!
coisas de artistas... ;)
Enviar um comentário