Respeitinho é bom e eu gosto...

Eu conheço pobres. Assisto todos os dias a situações de pobreza, ou não vivesse eu numa das áreas economicamente mais deprimidas do país. Isto, para dizer que os pobres que conheço também estão revoltados com esta crise. Uma crise que não é deles, uma crise que não pediram, uma crise para a qual pouco ou nada contribuíram. Contudo, quando olho para essas pessoas só lhes vejo uma atitude: trabalho. A resposta deles foi um peremptório arregaçar das mangas e sujar as mãos. Por isso, quando vejo atitudes como a do passado fim de semana, onde um grupo de indignados se achou no direito de reclamar direitos recorrendo ao insulto ao Primeiro Ministro em plena feira do livro, fico profundamente revoltada, não porque nutre qualquer simpatia pelo senhor, mas porque é uma figura de Estado, porque foi eleito pela maioria e porque merece respeito. E revolta-me ainda mais, ver entre esses indignados ex colegas de faculdade que são esquerdalhas 300 dias por ano e nos restantes fazem férias milionárias em destinos longínquos, não vá alguém reconhecê-los... Pessoas que acham que as rastas e a falta de limpeza lhes apagam a imagem de burguês e o berço de ouro onde nasceram e sempre regressam.

Nós vivemos em democracia, temos meios ao nosso dispor para reclamar, propor, contribuir para um país melhor. Meios que não passam pela violência ou pelo insulto fácil, porque de gente que não trabalha está o país cheio...