A Seu Dona Frau Angela Markel, virá visitar-nos no inicio da próxima semana. O povo português, acolhedor como sempre, está já a preparar a recepção de boas vindas. O dress code será preto, porque de preto nunca nos comprometemos, haverá desfile e parada na rua. O povo sairá à avenida para saudar a Angela e a sua mãezinha. As varandas vão estar decoradas a preceito. Será uma recepção e tanto!
Eu, que sou uma mal agradecida, confesso que não vejo o porquê de tanta euforia, afinal, não foi a Merkel que nos governou nos últimos 20 anos. Não é ela a responsável para que estejamos no paraíso em que estamos. Não foi ela que mandou cobrir o país de betão, construir aeroportos em Beja, estádios de futebol ás dúzias, alcatroar todos os palmos de terra. Não foi ela que fechou negócios milionários altamente prejudiciais para o erário público com os seus amigalhaços sob o epíteto de PPP (portugueses pagai que podeis) . Não foi ela que investiu dinheiro público e da segurança social em activos tóxicos e acções das empresas que patrocinam as campanhas eleitorais, pondo em risco o pagamento das pensões. Não foi ela que elegeu políticos competentíssimos e de uma integridade inquestionável cuja principal preocupação sempre foi a de acautelar o tacho pós cargo político e já agora enviar uns milhõezitos para um país de terceiro mundo algures no Pacífico. Não foi ela que votou nos candidatos que prometiam mais obras, mais cimento, mais despesa.
Se não foi ela que fez deste país a grande potência que é, porque raio é que devemos acolher a senhora? Só porque nos emprestou dinheiro, quando já mais ninguém o fazia? Porque pegou na pupança dos alemães, que como toda a gente sabe são uns preguiçosos que passam a vida no café a beber cerveja e a comer salsichas, e só conseguiram reerguer o seu país em 20 anos porque impingem a porcaria dos Mercedes e BMW a toda a gente, e o injectou na nossa economia que, como o nosso saudosíssimo ex-primeiro ministro dizia, está muito boa pois "as dívidas não se pagam, gerem-se" (ele só falhou numas vogais, não geriu a dívida, gerou-a). Pois, a mim é que não me convencem e por isso, no dia 12 não vou vestir de preto nem vou para a rua aclamar a mãezinha da seu dona frau Merkel. Ela há-de entender...
5 comentários:
Mas foi ela (ou o seu correspondente na altura) que pagou para deixarmos de produzir, principalmente na agricultura (tudo que isso engloba) e pesca, que era aquilo que mais produziamos... para agora termos que importar da Alemanha! E peixe da Espanha... tipo a maior costa maritima a importar peixe, quão ridiculo é isso?!
Mas está certo que ninguém nos obrigava a aceitar o dinheiro para pararmos a produção...
Mas foi ela (ou o seu correspondente na altura) que pagou para deixarmos de produzir, principalmente na agricultura (tudo que isso engloba) e pesca, que era aquilo que mais produziamos... para agora termos que importar da Alemanha! E peixe da Espanha... tipo a maior costa maritima a importar peixe, quão ridiculo é isso?!
Mas está certo que ninguém nos obrigava a aceitar o dinheiro para pararmos a produção...
Sílvia, estás enganada, o grande lobista da PAC sempre foi a França e estes, conhcendo-nos bem sabiam exactamente que botões apertar: bastava abanar-nos com algumas notas para que deixassemos a sachola e nos encostassemos à sombra do carvalho. Nós só estamos a colher os frutos do nacional chico espertismo.
Certo, de acordo.
Mas a Alemanha só empresta aquilo que não é deles. E a dívida que eles nunca pagaram à Grécia?
Fiquei um bocado perdida agora neste meu comentário, porque me parece que já nem falamos da mesma coisa! Mas é porque em parte concordo, com o facto da metalidade do povo portugues estar como está (e parece-me que vai continuar, com o que tenho visto), por outro lado, não me parece que os outros países europeus sejam melhores, aliás venha o diabo e escolha!
Totalmente de acordo.
" Eu, que sou uma mal agradecida, confesso que não vejo o porquê de tanta euforia, afinal, não foi a Merkel que nos governou nos últimos 20 anos. Não é ela a responsável para que estejamos no paraíso em que estamos. Não foi ela que mandou cobrir o país de betão, construir aeroportos em Beja, estádios de futebol ás dúzias, alcatroar todos os palmos de terra. Não foi ela que fechou negócios milionários altamente prejudiciais para o erário público com os seus amigalhaços sob o epíteto de PPP (portugueses pagai que podeis) . Não foi ela que investiu dinheiro público e da segurança social em activos tóxicos e acções das empresas que patrocinam as campanhas eleitorais, pondo em risco o pagamento das pensões. Não foi ela que elegeu políticos competentíssimos e de uma integridade inquestionável cuja principal preocupação sempre foi a de acautelar o tacho pós cargo político e já agora enviar uns milhõezitos para um país de terceiro mundo algures no Pacífico. Não foi ela que votou nos candidatos que prometiam mais obras, mais cimento, mais despesa." exacto e demolidor. Mas os Portugueses não gostam de assumir as suas responsabilidades.
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