Qual o verdadeiro significado de perdoar? E não falo do perdão divino, ou do perdão fiscal. Falo mesmo daquele nobre acto de esquecer o mal que nos fizeram e pôr para trás das costas, o sábio "cagando e andando"... Nós perdoamos os outros pelo mal que nos fizeram, ou perdoamos a nós próprios como forma de seguir com a vida e não ficar preso a ressentimentos e mágoas? É por nós ou pelos outros? Perdoar significa esquecer? Perdoar significa que o depois seja igual ao antes? Perdoar é dar a outra face? Perdoar é sinónimo de fraqueza, ou é um sinal de superioridade? Perdoar pressupõe um pedido de desculpa, um arrependimento? Podemos perdoar mesmo os que acham que não nos magoaram?
Não tenho as respostas, não sei sequer se há respostas universais. O caminho faz-se caminhando. Sim, é mais fácil quando deixamos estes pesos pelo caminho, mas custa ignorar algo que nos magoou tanto. É humano o apego à dor. Não é saudável o ressentimento mas é pedagógica a lembrança. E qual é o equilíbrio aqui? Esquecer e tornar-nos vulneráveis a outros golpes de igual intensidade ou recordar e tornar-nos impermeáveis a possíveis oportunidades? Como é que se equilibram todas estas bolas no ar?
Já fui bem mais inflexível. O tempo tornou-me mole. Perdoo com relativa facilidade, e até esqueço, com o tempo (ou com Alzheimer que se vai instalando) mas, com o perdão vem também o desapego, o abrir mão. E, quando olho para trás e pergunto porque é que aquela pessoa saiu da minha vida? Então recordo, que, em algum momento tive de lhe perdoar algo. É aí que sorrio e sigo em frente.
3 comentários:
Perdoar é humano, mas esquecer é divino. Eu perdoo, tenho uma boa capacidade de perdoar, mas esquecer...isso é outra história
Tenho concluído que quando perdoo, é por mim, não pela outra pesso. Por muito egoísta que possa soar isto.
Diz-se que "guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que o outro morra" (ou algo parecido), e é bem verdade =)
Perdoar é desde logo uma decisão de vida. Quem perdoa geralmente vive mais leve e tem maior probabilidade de ser feliz. Eu hoje perdoo mais do que antes, sobretudo a pessoas que eu acho que deram o seu melhor e mesmo não tendo estado porventura bem, não agiram com maldade. Mas passado um certo limite de gravidade, nunca perdoo e nunca esqueço. Isso não mudou em mim. (e vivo bem na mesma; o melhor do mundo são as crianças, right?) I speak da tru.
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