Ninguém diria mas, domingo há eleições. E por sinal umas bem importantes já que as principais políticas que nos regem são pensadas e aprovadas em Estrasburgo/Bruxelas e não em São Bento. Não há muito a dizer sobre estas eleições. Os partidos da oposição dizem que devemos votar contra os partidos da coligação para os castigar pela política de austeridade em Portugal, os partidos do governo dizem para votarmos neles para mostrar que não queremos governos despesistas como os anteriores. Os novos partidos alegam que devemos é votar neles para variar. E nós, eleitores que até queremos exercer o nosso direito/dever de voto, ficamos como um burro a olhar para o palácio.
Mais uma vez, destas eleições sai a certeza que temos uma classe política execrável, da esquerda à direita, ninguém se aproveita. O PS anda preocupado a analisar o impacto da participação do Sócrates na campanha, que hoje lá saiu à rua com aquela cara de pau que lhe é característica. (Deixem-me que vos diga que se eu tiver a sorte de apanhar uma arruada com o Sócrates, o impacto seria o da minha mão na cara dele, poucas coisas me dariam tanto prazer.) O Tozé anda a prometer aos velhinhos acabar com a TSU das reformas, um burro a tentar fazer os outros de burros, alguém diga a esse senhor que as eleições são para o Parlamento Europeu...
Não ouvi dos candidatos senão troca de acusações, insultos, e lavar de roupa suja. O mote, comum a todos os partidos parece ser "votem em mim, não porque sou o melhor candidato mas, porque os outros são maus". Não retive dos candidatos uma única ideia sobre os quadros comunitários de apoio, as políticas comuns de pescas, agricultura, o euro, a protecção do mercado europeu, o futuro da União Europeia, a Constituição Europeia, o caso Turco, a questão Britânica.
Domingo não deixarei de ir votar, não por respeito aos candidatos, já que terei muitas dificuldades em escolher um, mas por respeito a todos os que no passado tornaram possível que hoje eu tenha direito de escolha, mesmo que a minha escolha se resuma ao menos mau.