Apenas a História nos dará uma imagem clara e esclarecedora da revolta que se vive actualmente no Brasil (e um pouco por todo o mundo). Como pessoa que gosta de política e sobretudo que preza a democracia na verdadeira raiz da palavra, fico completamente rendida a este movimento espontâneo de consciencialização cívica. Esquecendo aquela pequena minoria anárquica que gosta de armar confusão mesmo nas manifestações não politizadas, que recorrem à violência e destruição, apoderando-se de um movimento, e de uma força que não é a sua, ver aquele mar de gente a desfilar pacificamente contestando os gastos excessivos de um governo que temem pouco consciencioso é avassalador e devolve-nos alguma esperança quanto a atingirmos um melhor sistema político. O Brasil é, actualmente, uma das economias mais fortes do mundo. O dinheiro brota-lhes naturalmente da terra, eles chutam uma pedra e encontram uma fonte de rendimento. Nos últimos anos, e através de uma política de esquerda pensada por um simples torneiro mecânico, o país agigantou-se ainda mais. Viu nascer uma nova classe média, que não existia, apostou nas pessoas, deu-lhes casa, emprego e educação. Agora, é mais difícil enganar um povo educado...
(Relativamente aos gastos exacerbados para o Mundial 2014, tão contestados pelo povo brasileiro, não é nada que nos surpreenda, a nós portugas e povo irmão. Será um Euro 2004, à escala daquele país, convenhamos, fazer um estádio no Pantanal ou em Leiria (ou Aveiro, ou Loulé...), é coisa que só lembra a brasileiros e portugueses. O povo acordou e já não se contenta com pão e circo. O país do futebol, prefere saúde, segurança e educação ao circo do futebol. Isto é evolução.
Para remate, muito triste as declarações do Sr. Blatter, que afirma que "o futebol é mais forte que a insatisfação das pessoas". Se o futebol fosse uma religião, a FIFA era a Igreja que o corrompe.)
1 comentário:
Os 20 centavos foram o gatilho que faltava para o povo se manifestar. Assino por baixo, e o video "no i'm not going to the world cup elucida muito boa gente, (eu sempre me questionei sobre o destino dado aos traficantes e aos habitantes das favelas)...
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