Procuram-se bons tomates...

Há muito me intrigava a problemática da perda de carácter do saibo tomatino. A verdade é que, e dito com outras palavras, os tomates já não sabem a tomates ou, numa versão mais saudosista, já não há tomates como antigamente. Uma pessoa vai ao supermercado, vê aqueles tomates lustrosos, brilhantes, de cor viva e tamanho apetecível. Compra iludida que vai ter um repasto consolador e, logo na primeira dentada, fica desiludida porque o tomate não está à altura das expectativas. É uma frustração  recorrente pois, eu cá que não passo sem tomates, estou sempre a iludir-me com o seu bom aspecto e a desiludir-me com o seu mau desempenho. Antigamente, quando os tomates sabiam a tomates, o aspecto não era uma preocupação, eram toscos, baços, de tamanhos irregulares e cores disformes mas, cada dentada era uma explosão de prazer. Ao natural, com uma pedras de flor de sal, com um fio de azeite ou uma folhas de orégãos ou manjericão, nunca desiludia.  Sabíamos que estávamos a comer tomates mesmo com os olhos vendados, hoje, de olhos vendados não distinguimos um tomate dum pedaço de cartão.

Descobri agora que esta problemática preocupou também a comunidade cientifica que se apressou a, através da observação e experimentação, encontrar um porquê. Parece que tudo se deve a uma mutação genética e à acção dos produtores que querem os tomates menos verdes e mais vermelhos, sacrificando assim o seu sabor (lá está a má influência do vermelho...). Outros dos factores apontados é a sua colheita prematura, dizem os cientistas (e qualquer agricultor  menos talentoso) que os tomates precisam de crescer ao ar livre. Precisam de sol e vento para atingirem a maturidade e a rigidez necessária. A maturação in doors, promove tomates sensaborões, fraquinhos e flácidos...

(qualquer semelhança/analogia com o género masculino é pura coincidência, or not...)

Para quem quiser consultar a versão cientifica da coisa: aqui.