Uma pessoa vai a uma sex shop com o intuito de comprar um vibrador. Leva na ideia algo simples, básico. De forma e feitio semelhante ao original, três ou quatro velocidades, cor discreta, de fácil manutenção e não muito dispendioso. Algo que cumpra a sua função, sem lhe exigirmos mais além dessa satisfação. Chegada lá depara-se com toda uma panóplia de ofertas. Feitios inimagináveis, cores berrantes, funções estranhíssimas, texturas improváveis. A curiosidade desperta. Olha-se para os esquisitos objectos com vontade de descobrir mais. Para que serve, como funciona, o que proporciona. De repente os básicos dildos, tão simples e realistas tornam-se monótonos, desinteressantes. Por muito competentes que sejam, falta-lhes a graça. Até àquele momento, a pessoa, não sabia que precisava de três estimuladores simultâneos, de 12 velocidades diferentes, de aquecimento integrado, cabeças substituíveis, de glitters para abrilhantar a coisa. Depois de saber que existe passa a ser uma necessidade. Algo que precisa, que quer com toda a sua força, algo sem o qual já não pode passar. Mesmo que, e devido à novidade, haja uma estranheza inicial, um desconforto, um não saber sequer como pegar na coisa...
Podia uma pessoa ignorar o apelo da novidade, do complicado, do difícil? Podia uma pessoa resignar-se ao básico, sabendo que há formas de multiplicar o prazer? Poder podia mas, não seria a mesma coisa...
1 comentário:
Os vibradores são como os telemóveis. Estão cada vez mais sofisticados.
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