Há treze anos aprendi a mais difícil e cara lição da minha vida. Muito doente há demasiado tempo, estava de corpo e alma cansados. Derrotada pela dor física, pelos constantes contratempos, pela agonia dos que me amavam, desisti. Baixei os braços e desisti. Porquê? Simples. Porque a dor do momento suplantava toda a esperança do futuro. Porque, por vezes, o cansaço é tanto que chegamos à conclusão de que não vale a pena. Mas houve quem não desistisse de mim. Houve quem lutasse e agarrasse a minha batalha como sua e, por eles venci. Hoje, no balanço de mais um ano, olho para estes 4747 dias com uma segunda oportunidade. Nem tudo foi perfeito, nem tudo foi doce. Nem sempre foi fácil. Muitas batalhas travadas, muitas perdidas. Cicatrizes, mazelas, tropeções, trambolhões. Mas foi bom. Ganhei muito. Ganhei pessoas que amo avassaladoramente, amigos que sei poder contar para sempre, momentos que me imprimem um sorriso pela doçura da sua lembrança. Ganhei histórias, conhecimentos, sentimentos, desejos. Ganhei esperança. Perdi gente, gente que importava e gente que preferia nunca ter ganho. Perdi oportunidades, ilusões, amores, encantamentos.
Há treze anos derrubei todos os meus sonhos, estava pronta a cortar a meta. Hoje, os meus sonhos pairam mais alto que nunca, o caminho está ainda pela metade. Falta muito, talvez a metade mais importante. Falta conhecer aquele que me sonhou, falta ver-me nos olhos de uma criança, falta percorrer outros caminhos profissionais, experimentar outros voos, recompensar os meus, viver outras vidas na vida que ainda tenho.
Porque todos merecemos uma segunda oportunidade, que tantas vezes se transforma na oportunidade de uma vida...
3 comentários:
Agora a sério. O que é que me vais dar?
Apesar de tudo fazes um balanço positivo. E isso é muito bom!!
Pulha, indulgências...
Inês, luto por isso. ;)
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