quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

apre gente puritana...





A senhora branca da imagem é a noiva de Romam Abramovich, aquele multimilionário russo que gosta de queimar dinheiro em coisas que não interessam ao menino Jesus. A senhora preta da imagem, não existe. É um manequim feito em PVC, ou algo do género, e é, ao que tudo indica, uma obra de arte criada por Bjarne Melgaard, inspirada na Chair de Allen Jones que é em tudo similar mas a mulher representada é branca. O bom gosto aqui é discutível. A intenção do artista pode ser questionável. Mas porra, rotular a mulher de racista só porque sentou o rabo nesta cadeira já é ser parvo. Então e se a boneca seminua de pernas ao alto fosse branca? Já não havia problema? 
O racismo existe, é um facto. Como existe a xenofobia. E estes males irão sempre existir, porque haverão sempre seres humanos ignorantes. Agora o racismo não está só no insulto expresso, na discriminação pela negativa, está também na discriminação pela positiva. Há uns tempos, assisti a uma cena num comboio que me deixou bastante incomodada. O revisor, no exercício normal do seu trabalho, pediu o bilhete a um passageiro que por acaso era preto (sim preto, era a cor dele, não digo afro descendente porque de África descendemos todos e não tenho pachorra para essas nomenclaturas pipis). O rapaz, procurou o bilhete em todos os bolsos e não o encontrou. O revisor avisou-o que teria de pagar a multa, foi quando o rapaz começou com a lenga lenga de que isso só acontecia porque ele era preto e o revisor era racista porque não acreditava nele. O revisor ficou vermelho como um tomate e tentado a relevar, não fosse um senhor consciente dizer ao rapaz que ali não importava de que cor ele era, se queria andar de transportes públicos teria de pagar como toda a gente que ali estava havia pago, porque a lei é igual para todos.  
Não sei se o rapaz tinha de facto pago o bilhete e o perdeu, o que sei é que refugiar-se no argumento que ele usou é incitar ao racismo. Porque se não podemos cobrar bilhete ao cidadão que é preto como cobramos ao branco, se não o podemos representar numa obra de arte em posição menos digna como representamos o branco, então não os estamos a tratar de forma igual e assim sim, estamos a promover o racismo.




1 comentário:

Sílvia disse...

De acordo, mais uma vez! Há anos que digo que a discriminação pela positiva é tão má como a outra.
Os pretos são pretos, os brancos são brancos, os gordos são gordos, os velhos são velhos, simples... não há pachorra para as paneleirices de hoje em dia!!