sexta-feira, 19 de abril de 2013

230 macacos no galho...



Eu não me importo de pagar impostos. É o preço de viver em sociedade, compreendo-o e aceito-o. Porém, de cada vez que olho para as bancadas da Assembleia da República e penso que são os meus impostos que pagam o salário àqueles indivíduos choro cada cêntimo. A opinião pública, manietada pela comunicação social tendencialmente esquerdista e pelos opinion makers que, à boa maneira portuguesa, encarnam o velho do Restelo,  bombardeia diariamente o Governo. Não digo que este seja competente, ou que esteja a fazer um trabalho primoroso. Têm grandes talentos individuais, ainda não provaram o seu valor como equipa mas e, a verdade é que, eles são  bonecos de matraquilhos e jogam como lhes mandam. Já a oposição não tem desculpa para a sua mediocridade. Enquanto os mais à esquerda continuam a viver numa bolha que paira sobre um mundo idealista, onde a Coreia do Norte não é uma ditadura, os socialistas exibem gabarolamente a incompetência bem ilustrada na cara apatetada do seu secretário geral. 
O semiciclo é um teatro inspirado pelas tragédias gregas mas, e se no tempo dos senadores da Ágora, aquelas demonstrações retóricas eram interessantes hoje, as que assistimos hoje são ocas e desprovidas de resultados. A preocupação maior é o ataque aos partidos da oposição, a discussão raramente revela seriedade e as palmas dos torcedores de bancada (os deputados a quem foi distribuída, no início da magistratura, a tarefa de cheerleading) fazem aquele espectáculo assemelhar-se mais a um campeonato regional do que ao Parlamento de um país desenvolvido. Como cidadã sinto-me ofendida quando assisto a uma sessão plenária. Não consigo identificar uma vontade comum entre aquelas 230 almas para levar este país a bom porto. O partidarismo suplanta o patriotismo e essa é a maior dívida que este país tem. 
  

1 comentário:

Ana ✈ disse...

Subscrevo a tua revolta! São mesmo 230 macacos num galho e o fdp do galho não parte! Irra!