Uma pessoa passa uns dias refugiada num pequeno paraíso, com uma paisagem soberba, entre montes coloridos e o azul do mar, em perfeita harmonia com a natureza e os seres que a habitam. Não vê televisão, não lê os jornais, passa apenas os olhos pelas gordas na net (não vá o mundo acabar e não dar por isso). Troca algumas impressões com estrangeiros, alimenta uns dedos de conversa com portugueses simples e, por isso, interessantes. Não se abordam temas complicados como crise, troika, chumbos, politicas ou poder. Fala-se de nós e assim damos um bocadinho do que somos. Cultivam-se as relações humanas e, por momentos, acreditamos que vivemos numa sociedade civilizada.
Então regressa, e volta a ler os jornais, a ver os noticiários na TV e a realidade bate com toda a sua dureza: vives num mundo de merda e num país de caca...
3 comentários:
Mesmo! Senti isso quando me refugiei com o meu marido no Alto Douro Vinhateiro uns dias. A paz, o sossego, vimos embora, também pela paz e sossego, mal entramos na VCI (http://pt.wikipedia.org/wiki/Via_de_Cintura_Interna), a estrada que passa junto ao estádio do Dragão, metemos logo as mãos à cabeça, ainda bem que era o meu marido a conduzir, porque eu não sei se me teria orientado!! Ainda vem uma pessoas meia zen, a trabalhar devagarinho (como deveria ser, afinal vamos todos morrer e vamos) e leva logo com aquela selvajaria de carros, uns a ultrapassar outros, pela direita, pela esquerda, por cima e por baixo (não literalmente, era só para espelhar o caos!)! Deu-nos vontade de voltar para trás!
A vida é bela e continua bela. A questão é que nós somos gentes simples, com necessidades simples e uma essência simples e queremos à força fazer de nós próprios complexos. É por isso que ir para o Sul é sempre fixe. Porque nos devolve a simplicidade.
Sílvia o que vale é que viste o estádio do Dragão e esboçaste logo um sorriso ;)
Pulha, e o pior é ter consciência disso, de que é a simplicidade que nos preenche mas mesmo assim, não conseguir abdicar da complexidade.
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