À sua frente o rio, a água a correr desesperada em busca de algo maior. Sob ele uma ponte suspensa, periclitante, assustadora. Nas suas costas a selva escura que lhe imprimiu na pele as mágoas. Os ecos dos uivos pairam ainda nos seus ouvidos. O som da dor permanece na sua cabeça. Olha em frente, o caminho parece não ter fim. Aspecto tosco, pouco seguro. Volta a olhar para trás. Hesita entre a dor conhecida, aquela que já suportou, que sobreviveu apesar de todas as mazelas, e o medo do desconhecido. Onde a levará esta ponte? O que a espera do lado de lá? Será que aguenta o peso da sua história? Lá em baixo o rio corre, seguro de si, cumprindo a sua natureza. Levanta um pé a medo. Volta a pousar. Respira fundo. Olha uma última vez para trás. Sabe que não há nada mais para ela ali. O caminho é para a frente. Pé ante pé, avança...
3 comentários:
tb o sinto...
Boa jornada!
A ponte é uma passagem para a outra margem...segue em frente.
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