Mostrar mensagens com a etiqueta Pintura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pintura. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 7 de abril de 2014

smile :)

tumblr_n2s6rob2xH1rhry8jo1_1280

tumblr_n2s6rob2xH1rhry8jo2_1280

tumblr_n2s6rob2xH1rhry8jo3_1280

tumblr_n2oieqcjgG1rhry8jo5_1280

tumblr_n2oieqcjgG1rhry8jo2_1280

O projecto chama-se Emoji Nation e é da autoria de uma ucraniana de seu nome Nastya Nudnik, e o que ela fez, de forma genialmente criativa, foi combinar obras de arte com emoticons que usamos na comunicação diária. Uma nova forma de ver Dosso Dossi, Caravaggio,  Provost, Hopper entre outros...

" I think art's main duty is to "push the button" in people’s consciousness and release something hidden deeply in their hearts and minds. Art is made for inducing catharsis and it should be done by all means."
Nastya Nudnik


domingo, 8 de dezembro de 2013

Painting & Poetry XXVII


Edward Hopper

&


Há a mulher que me ama e eu não amo.
Há as mulheres que me acamam e eu acamo.
Há a mulher que eu amo e não me ama nem acama.

Ah essa mulher!

Tu eras mais feliz, Apollinaire.
montado num obus, voavas à mulher.
Tu foste mais feliz, meu artilheiro.
tiveste amor e guerra.

Eu andei pra marinheiro,
mas pus óculos e fiquei em terra.

Upa garupa na mulher que me acama,
que a outra é contigo, coração que bem queres
sofrer pelas mulheres...


ALEXANDRE O´NEILL

domingo, 10 de novembro de 2013

Painting & Poetry XXVI

Edvard Munch, Girl on the Beach, 1896

Edvard Munch

&


Si tú me olvidas

Quiero que sepas
una cosa.


Tú sabes cómo es esto:
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.



Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.



Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.



Si consideras largo y loco
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.



Pero
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.


Pablo Neruda

domingo, 3 de novembro de 2013

Painting & Poetry XXV



Gustav Klimt


&




Última estrela a desaparecer antes do dia, 
Pouso no teu trêmulo azular branco os meus olhos calmos, 
E vejo-te independentemente de mim; 
Alegre pelo critério (?) que tenho em Poder ver-te 
Sem "estado de alma" nenhum, sonho ver-te. 
A tua beleza para mim está em existires 
A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim. 


Alberto Caeiro

sábado, 19 de outubro de 2013

domingo, 13 de outubro de 2013

Painting & Poetry XXIV

Salvador Dali, Three Sphinxes of Bikini
Salvador Dali

&




Segue o teu destino,

Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade

Sempre é mais ou menos

Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.



Ricardo Reis

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

with art, as with life....



Once, Picasso was asked what his paintings meant. He said, “Do you ever know what the birds are singing? You don’t. But you listen to them anyway.” So, sometimes with art, it is important just to look.

domingo, 1 de setembro de 2013

Painting & Poetry XXIII



Malcolm T. Liepke
 
&

little dark girl with
kind eyes
when it comes time to
use the knife
I won't flinch and
I won't blame
you,
as I drive along the shore alone
as the palms wave,
the ugly heavy palms,
as the living does not arrive
as the dead do not leave,
I won't blame you,
instead
I will remember the kisses
our lips raw with love
and how you gave me
everything you had
and how I
offered you what was left of
me,
and I will remember your small room
the feel of you
the light in the window
your records
your books
our morning coffee
our noons our nights
our bodies spilled together
sleeping
the tiny flowing currents
immediate and forever
your leg my leg
your arm my arm
your smile and the warmth
of you
who made me laugh
again.
little dark girl with kind eyes
you have no
knife. the knife is
mine and I won't use it
yet.

Charles Bukowski
 
 

domingo, 18 de agosto de 2013

Painting & Poetry XXII

1955.659.jpg
William Bouguereau





Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.

Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...
 
 Miguel Torga
 
 

domingo, 28 de julho de 2013

Painting & Poetry XXI

Gustav Klimt

It seemed
like years
before
I picked
a bouquet
of kisses
off her mouth
and put them
into a dawn-colored vase
in
my
heart.

But
the wait
was worth it.

Because
I
was
in love.

domingo, 14 de julho de 2013

Painting & Poetry XX




Paul Gauguin

PEQUEÑA

rosa,
rosa pequeña,
a veces,
diminuta y desnuda,
parece
que en una mano mía
cabes,
que así voy a cerrarte
y a llevarte a mi boca,
pero
de pronto
mis pies tocan tus pies y mi boca tus labios,
has crecido,
suben tus hombros como dos colinas,
tus pechos se pasean por mi pecho,
mi brazo alcanza apenas a rodear la delgada
línea de luna nueva que tiene tu cintura:
en el amor como agua de mar te has desatado:
mido apenas los ojos más extensos del cielo
y me inclino a tu boca para besar la tierra.



Pablo Neruda

domingo, 16 de junho de 2013

Painting & Poetry XIX


August Macke




Eu sou a que no mundo anda perdida, 
Eu sou a que na vida não tem norte, 
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte 
Sou a crucificada ... a dolorida... 

Sombra de névoa ténue e esvaecida, 
E que o destino amargo, triste e forte, 
Impele brutalmente para a morte! 
Alma de luto sempre incompreendida!... 

Sou aquela que passa e ninguém vê... 
Sou a que chamam triste sem o ser... 
Sou a que chora sem saber porquê... 

Sou talvez a visão que Alguém sonhou, 
Alguém que veio ao mundo pra me ver 
E que nunca na vida me encontrou! 



Florbela Espanca
 

domingo, 9 de junho de 2013

Painting & Poetry XVIII

Pierre Bonnard
 

It's Ours

there is always that space there
just before they get to us
that space
that fine relaxer
the breather
while say
flopping on a bed
thinking of nothing
or say
pouring a glass of water from the
spigot
while entranced by
nothing

that
gentle pure
space

it's worth

centuries of
existence

say

just to scratch your neck
while looking out the window at
a bare branch

that space
there
before they get to us
ensures
that
when they do
they won't
get it all

ever.


Charles Bukowski
 

domingo, 2 de junho de 2013

Painting & Poetry XVII


Edvard Munch


Há vários tipos de louco.

O hitleriano, que barafusta.
O solícito, que dirige o trânsito.
O maníaco fala-só.

O idiota que se baba,
explicado pelo psiquiatra gago.
O legatário de outros,
o que nos governa.

O depressivo que salva
o mundo. Aqueles que o destroem.

E há sempre um
(o mais intratável) que não desiste
e escreve versos.

Não gosto destes loucos.
(Torturados pela escuridão, pela morte?)
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua, de felicidade.

António Osório
 

domingo, 26 de maio de 2013

Painting & Poetry XVI



Vincent van Gogh


Porque o amor é simples,
Vale a pena colhê-lo.
Nasce em qualquer degredo,
Cria-se em qualquer chão.
Anda, não tenhas medo!
Não deixes sem amor o coração! 
 
Miguel Torga
 
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Painting & Poetry XV

Edvard Munch


«Você não está mais na idade 
de sofrer por essas coisas.» 

Há então a idade de sofrer 
e a de não sofrer mais 
por essas, essas coisas? 

As coisas só deviam acontecer 
para fazer sofrer 
na idade própria de sofrer? 

Ou não se devia sofrer 
pelas coisas que causam sofrimento 
pois vieram fora de hora, e a hora é calma? 

E se não estou mais na idade de sofrer 
é porque estou morto, e morto 
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas? 

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 5 de maio de 2013

Painting & Poetry XIV



Henri Matisse
 
O ME! O life!... of the questions of these recurring;
Of the endless trains of the faithless--of cities fill'd with the
foolish;
Of myself forever reproaching myself, (for who more foolish than I,
and who more faithless?)
Of eyes that vainly crave the light--of the objects mean--of the
struggle ever renew'd;
Of the poor results of all--of the plodding and sordid crowds I see
around me;
Of the empty and useless years of the rest--with the rest me
intertwined;
The question, O me! so sad, recurring--What good amid these, O me, O
life?

Answer.

That you are here--that life exists, and identity;
That the powerful play goes on, and you will contribute a verse.
 
Walt Whitman

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Painting & Poetry XIII


Maurice Denis



Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...


 
Miguel Torga

domingo, 21 de abril de 2013

Painting & Poetry XII


Henri De Toulouse-Lautrec


Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.

O que choro é diferente
.

Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.

E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.

Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.


Não sei o que é nem consinto

À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem
.
 
Fernando Pessoa