quinta-feira, 27 de junho de 2013

The beach is overrated...




(vou até ao telhado e já volto...)

Indeed...


Enquanto que por cá se empurram os problemas com a barriga....



Pressionado pela opinião pública, e pelos grupos de comunicação social concorrentes que temiam mais concorrência privada, o governo recuou na decisão de privatizar ou concessionar um dos canais da RTP. Fê-lo por medo, por falta de coragem e porque, bem ou mal, ainda vai tendo como manter esse luxo, atirando a conta para cima dos contribuintes.
Contrariamente, na Grécia, e já sem soluções, optaram por  fechar a televisão pública nacional. A revolta e as vozes de condenação por tal acto foram globalmente unânimes.  Todos os intelectuais se uniram num coro de indignação. Falou-se do perigo para a democracia do encerramento de um meio de comunicação público, do atentado à liberdade de expressão, da comunicação social como garante da democracia, dos papel social dos media. Há cinco anos atrás também me juntaria a esse coro. Este post, escrito há cinco anos atrás, pegaria em todos os argumentos discorridos, teria uma ou outra teoria de algum pensador da comunicação, só para abrilhantar a coisa, e seria apenas mais um a apontar a atroz decisão, castradora da liberdade, representativa de um fundamentalismo capitalista. Seria assim, porque a minha formação em comunicação toldaria o meu entendimento. Mas, nestes últimos cinco anos, a minha percepção da realidade mudou. A minha aventura pelo mundo empresarial deu-me outra leitura do mundo, uma leitura muito mais realista. Hoje acredito que foi a decisão mais correcta por parte do governo grego e apenas lamento que, no caso português não haja coragem para fazer o mesmo (e não me refiro apenas a alguns órgãos de comunicação públicos que são desnecessários, mal geridos e sorvedouros de dinheiros públicos, mas também a inúmeras empresas públicas que não têm razão de existir). A televisão grega tinha milhares de funcionários, possuía 6 departamentos financeiros que não comunicavam entre si. Era o perfeito exemplo da má gestão e desperdício de meios públicos. Ali qualquer tentativa de reestruturação estava condenada à partida, tal era o vício instalado. Foi necessário matar para criar de novo. Ficou a democracia grega mais ameaçada pela falta, ainda que temporária, de um órgão de comunicação social? Não acredito. Vivemos numa era onde o acesso à informação não é mais monopólio dos media. O que verdadeiramente ameaçou a democracia grega foi a bancarrota, a falta de dinheiro para pagar salários, reformas e contas de um Estado que não tinha bom senso. Perguntem a qualquer cidadão o que é que lhe proporciona mais liberdade, se o seu salário no final do mês ou o noticiário das oito na televisão nacional, e terão a vossa resposta quanto às prioridades de um povo.
Eu própria partilhei, em tempos, a romântica ideia dos meios de comunicação como guardião dos valores democráticos, como educador ao serviço da cidadania, como actor social. Sentada na cadeira da redacção, a discutir teorias, a imaginar congeminações, a criticar a editoria por ligações menos éticas, e defender ideais, a evocar  a história e o papel da imprensa na construção da liberdade, vivia completamente alheada da realidade que é a dificuldade de gerir uma empresa, que é o que um jornal, uma TV ou uma rádio são. É que os jornalistas não vivem de letras, nem os jornais se imprimem em folhas caídas das árvores. 
Não nego que sou simpatizante de algumas teorias de esquerda e admiro muitos pensadores desta corrente ideológica que, para mim só pecam por não ter a resposta à pergunta mais básica: quem é que paga a conta? Como diz Mário Soares, é mesquinho falar em dinheiro mas, o grande problema da nossa esquerda é precisamente esquecer-se que no final há sempre uma conta para pagar e o livro dos calotes já está cheio. Aqui não se fia mais. 

(e podia falar aqui da má qualidade dos programas de entretenimento que passam na televisão pública, que embrutecem e estupidificam o povo, apresentados por pseudo-vips-intelectuais principescamente pagos, e que nos sai caro mas, ficará para outra altura...)




quarta-feira, 26 de junho de 2013

Não cries uma PME, cria um sindicato que é mais rentável...



As duas principais centrais sindicais têm mais de um milhão de associados. Tendo em conta que cada associado paga 1% do seu salário (e aqui não há calotes  já que a entidade patronal desconta esse valor no recibo de vencimento), se tivermos em consideração que cada trabalhador em média pagará 5 euros (contas feitas por defeito) de quota mensal, isso dará qualquer coisa como 5 milhões de euros de receita por mês só em quotas (depois há ainda o que o Estado (ou seja nós) subsidia). Está explicado o porquê de tantas greves. No fundo é a economia de mercado a funcionar, se mostrares trabalho terás mais clientes, e lucrarás mais. E pelo vistos o negócio tem crescido nos últimos tempos. 


A mão que tira não dá, apenas tira



Ontem encarnei um D. Quixote a lutar contra moinhos de vento. A primeira batalha teve lugar na repartição de finanças. Com uma conta de IRC exorbitante para pagar, a empresa solicitou o pagamento em prestações. Depois de lá ter ido três vezes, ter desperdiçado  horas à espera, informam-me que afinal não têm competência para decidir isso. Teria de ir ao director distrital. Mais umas viagens, desta vez até à capital de distrito, mais umas largas horas perdidas à espera, até entregar o requerimento à pessoa certa. Achava eu que estava tudo resolvido. Receberia a comunicação do deferimento por correio, todos os meses imprimiria o DUC no site das finanças e só teria mesmo de me preocupar em trabalhar para pagar ao estado. Pois, mas isso seria bom demais. Ontem, exigiram, para aprovação do pagamento em prestações, uma garantia que pode ser na figura de aval bancário, caução, seguro caução ou hipoteca voluntária de uma viatura, sendo que neste caso teria de entregar os documentos da mesma, inutilizando-a. Perguntei o porquê desta exigência. Disseram-me que era decorrente da lei. Ora, isto até pode fazer sentido na cabeça de um legislador que parte do princípio que não há pessoas idóneas e que as leis fazem-se para os criminosos. Mas o mais bizarro nesta história toda é que esta mesma empresa tem mais do dobro do valor devido em IRC em crédito de IVA. Crente que seria um argumento válido, atirei-o para cima da mesa. Afinal porque é que a empresa haverá de estar a ter gastos bancários (não tão pequenos quanto isso) e a pagar juros a duas entidades (estado + banca) se as finanças têm em seu poder já muito mais que o dinheiro devido. Porque é que a empresa é obrigada a confiar nas finanças para lhe "guardar" o seu dinheiro e estas não confiam na empresa. Eis senão quando o excelentíssimo senhor que me estava a atender, por certo um guru da gestão desperdiçado no funcionalismo público, me apresenta a solução: "a coisa mais inteligente a fazer era liquidar de uma só vez o valor". Foi neste preciso momento que me saltou a tampa e me saiu qualquer coisa como: "a coisa mais inteligente era o estado despedir os incompetentes que povoam repartições de finanças como esta, talvez assim teria dinheiro para pagar o que deve à empresa, e não falo do IVA, e talvez assim a empresa já tivesse liquidez de tesouraria para pagar ao Estado." Depois de ter sido fulminada com o olhar, fiquei com a certeza que ainda vou passar as passas do Algarve até ter o pedido deferido. 
A segunda batalha foi com o banco que teve o desplante de  cobrar por uma proposta de exportação um valor que daria para ir a França descontar o título e ainda sobrava para comprar um souvenir nas galerias La Fayette. Infelizmente não podemos escolher a repartição de finanças mas, podemos escolher o banco...

(a propósito, ide e assinai esta petição da DECO que pretende ver legislada o fim das comissões de manutenção em contas à ordem. Aqui.)

terça-feira, 25 de junho de 2013

É o Amor...



o amor incondicional...
Quero. Acredito.

(e o resto que se foda)



E ao segundo dia de verão, abrimos a época balnear cá do tasco... Esposende 2013


Começamos em grande... praia só para nós (isto em Agosto é impossível)!






Mona já queria entrar ao ataque... 








Dunas, aqui vê-se de tudo...







Coisas da Mona... LVII




Na semana passada ele perguntou-me (assim na brincadeira) "tás apaixonada?"
Eu: NÃÃOO.
E tu?
Eu também não...

(fuck, fuck, fuck, fuck)

Definitivamente,




We are all a little bit crazy inside. 
But I'm totally insane...

Coisas da Mona... LVI


(quanto mais eu fujo... mais vontade eu tenho)

para que caralho fui eu apaixonar-me por um gajo ainda mais complicado do que eu?
e ainda ter que ouvir... desiste, essa relação é impossível.

Venham os saldos...



para investir numa merda destas... 


More than words... XXXII

24 de Junho...

Na cidade de berço comemora-se a Batalha de São Mamede... é o dia da cidade de Guimarães, é o dia 1 de Portugal há 885 anos.
Imbuídas de um sentimento de grandiosidade (e de acreditar na mudança que Guimarães precisa) decidimos jantar com um Grande Homem, o nosso velho Afonso... passamos num dos nossos restaurantes preferidos (o Vila Fiori) escolhemos o pecado da Gula para abocanhar, e lá foram (duas misses e uma mona) para os jardins dos Paços dos Duques... pisar a relva!!!


















More than words... XXXI


Chegou o Verão...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pensamento do dia!!!


Cada vez com mais frequência....

E o povo acordou!



Apenas a História nos dará uma imagem clara e esclarecedora  da revolta que se vive actualmente no Brasil (e um pouco por todo o mundo). Como pessoa que gosta de política e sobretudo que preza a democracia na verdadeira raiz da palavra, fico completamente rendida a este movimento espontâneo de consciencialização cívica. Esquecendo aquela pequena minoria anárquica que gosta de armar confusão mesmo nas manifestações não politizadas, que recorrem à violência e destruição, apoderando-se de um movimento, e de uma força que não é a sua, ver aquele mar de gente a desfilar pacificamente contestando os gastos excessivos de um governo que temem pouco consciencioso é avassalador e devolve-nos alguma esperança quanto a atingirmos um melhor sistema político. O Brasil é, actualmente, uma das economias mais fortes do mundo. O dinheiro brota-lhes naturalmente da terra, eles chutam uma pedra e encontram uma fonte de rendimento. Nos últimos anos, e através de uma política de esquerda pensada por um simples torneiro mecânico, o país agigantou-se ainda mais. Viu nascer uma nova classe média, que não existia, apostou nas pessoas, deu-lhes casa, emprego e  educação. Agora, é mais difícil enganar um povo educado...

(Relativamente aos gastos exacerbados para o Mundial 2014, tão contestados pelo povo brasileiro, não é nada que nos surpreenda, a nós portugas e povo irmão. Será um Euro 2004, à escala daquele país, convenhamos, fazer um estádio no Pantanal ou em Leiria (ou Aveiro, ou Loulé...), é coisa que só lembra a brasileiros e portugueses. O povo acordou e já não se contenta com pão e circo. O país do futebol, prefere  saúde, segurança e educação ao circo do futebol. Isto é evolução.
Para remate, muito triste as declarações do Sr. Blatter, que afirma que "o futebol é mais forte que a insatisfação das pessoas". Se o futebol fosse uma religião, a FIFA era a Igreja que o corrompe.)

Nada temas, a realidade supera sempre a ficção...






terça-feira, 18 de junho de 2013

Blindness...


 
 
(open your eyes...)

Dúvidas, reflexões e vibradores...




Uma pessoa vai a uma sex shop com o intuito de comprar um vibrador. Leva na ideia algo  simples, básico. De forma e feitio semelhante ao original, três ou quatro velocidades, cor discreta, de fácil manutenção e não muito dispendioso. Algo que cumpra a sua função, sem lhe exigirmos mais além dessa satisfação. Chegada lá depara-se com toda uma panóplia de ofertas. Feitios inimagináveis, cores berrantes, funções estranhíssimas, texturas improváveis. A curiosidade desperta. Olha-se para os esquisitos objectos com vontade de descobrir mais. Para que serve, como funciona, o que proporciona. De repente os básicos dildos, tão simples e realistas tornam-se monótonos, desinteressantes. Por muito competentes que sejam, falta-lhes a graça. Até àquele momento, a pessoa, não sabia que precisava de três estimuladores simultâneos, de 12 velocidades diferentes, de aquecimento integrado, cabeças substituíveis, de glitters para abrilhantar a coisa. Depois de saber que existe passa a ser uma necessidade. Algo que precisa, que quer com toda a sua força, algo sem o qual já não pode passar. Mesmo que, e devido à novidade, haja uma estranheza inicial, um desconforto, um não saber sequer como pegar na coisa...
Podia uma pessoa ignorar o apelo da novidade, do complicado, do difícil? Podia uma pessoa resignar-se ao básico, sabendo que há formas de multiplicar o prazer? Poder podia mas, não seria a mesma coisa...


(Sim, poderia ter dado o exemplo dos telemóveis mas, hoje apeteceu-me falar de vibradores...)

Ainda acabo no hospital!!!

Na empresa onde trabalho estão a reparar o ar condicionado de alguns gabinetes e salas, então neste momento no meu gabinete está um frio que parece que estou na Sibéria, há alguns minutos atrás estive reunida com um cliente no Showroom em que estava um calor digno do deserto do Saara!!!! Disto não vai sair coisa boa para mim, como dizem os brasileiros, "sei não..."

E nós aqui temos tudo!!! Será mesmo??


Gosto desta nova publicidade da cerveja Sagres, primeiro porque escolheram dois dos meus destinos preferidos e que são exactamente duas cidades onde me imagino facilmente a viver, embora sejam completamente opostas Londres e Rio de Janeiro, mas eu sou mesmo assim, esquisita e complicada. E gosto do conceito que usaram, explorando o tema tão popular a saudade que os nossos emigrantes têm do nosso país e de todas as coisas fantásticas que cá temos (por enquanto)!! As imagens estão giras e a música também, no entanto ao ver esta publicidade ocorrem-me dois comentários, primeiro acho que a Maria João Bastos não foi a escolha certa para representar a cidade de New York, sendo que o português mais conhecido a viver lá é o Renato Seabra!! Segundo, qualquer pessoa a viver no Rio de Janeiro dificilmente  sentiria a falta de uma Sagres, até porque por lá existe a Brahma, a Devassa, a Skol, a Itaipava, a Antactica e poderia continuar a lista... O conceito é bom mas posso atestar que estando no Rio de Janeiro não se sente falta de muitas coisas cá da terrinha e, definitivamente a Sagres não é uma delas!!!!!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ensinar é uma via de dois sentidos




Não tenho visto notícias ultimamente. Primeiro para não deprimir, depois porque o nosso jornalismo bateu no fundo. Ver um noticiário nacional é como assistir a uma novela da TVI, penoso, repetitivo, dramático, e recheado de maus actores.
Mesmo sem ver notícias estou farta de ouvir falar da greve dos professores, dos exames nacionais, do braço de ferro entre governo e Fenprof (que dura há 10 governos), do bigode do Mário Nogueira. 
Politicamente já votei em vários quadrantes ideológicos, da direita à esquerda, contudo a situação que o país atravessa nos últimos tempos vincou as minhas convicções de direita. Embora possa soar a uma enormidade e ser um escândalo o que aqui vou dizer, a verdade é que hoje, considero que, para bem da educação nacional, esta deveria ser privatizada. Antes de discorrerem os insultos à minha pessoa, tenham em atenção que eu digo que a educação (no sentido da sua gestão) deveria ser privatizada, não o seu acesso. Este é um direito fundamental que jamais será posto em causa. 
Os argumentos economicistas por si, sustentam grande parte desta teoria. Está comprovado, em vários e diferentes estudos que o custo por turma em gestão privada é mais barato que em gestão pública. Mas não será a única razão. Hoje, todos os colégios privados realizaram os exames nacionais. Não tendo os professores do ensino privado as mesmas regalias que os professores do público porque é que não sentiram necessidade de aderir à greve? de defender os direitos da sua classe? Um professor, como qualquer outro funcionário público, responde perante um semelhante, um colega. Não existe a figura do patrão, não têm que explicar, àquela pessoa que todos os meses lhe processa o salário, que nesse dia vai fazer greve por isto ou por aquilo. As greves neste país cingem-se, na sua esmagadora maioria,  à função pública. O Estado vive refém dos seus funcionários. E nenhum organismo sobrevive a uma gestão feita de cima para baixo ou de fora para dentro. É necessário autoridade, regras, consequências. No privado qualquer empregado que seja incompetente é demitido. No público isso é impossível porque os direitos adquiridos lhes reconhecem o direito a serem incompetentes. No caso dos professores, há imensos que não têm qualquer capacidade pedagógica no entanto não podem ser demitidos (no meu 12º ano tive um professor de filosofia que era uma nódoa e que obrigou o conselho directivo da escola a colocar-nos um outro professor voluntário a dar-nos aulas de apoio fora do horário lectivo para não sermos prejudicados nos exames nacionais, eu tinha o dobro da carga horária naquela disciplina - isto é surreal! mas, acontece), há professores condenados por pedofilia que continuam a trabalhar nas escolas! Porque os direitos individuais dos trabalhadores públicos se sobrepõe aos direitos do bom funcionamento da instituição e, tantas vezes do bom senso.
Não sei se os professores têm razão, não sei ao certo porque reclamam os professores, sei apenas que atravessamos um dos períodos mais difíceis da nossa história. Sei que professores, médicos, motoristas dos transportes públicos, e demais funcionários do Estado têm que perceber de uma vez por todas que na actual situação os direitos das classes não se podem sobrepor aos interesses nacionais. A gestão adoptada até agora pelos sucessivos governos da esquerda e da direita revelou-se ruinosa e suicidária. Muitas eleições foram ganhas à custa dos direitos oferecidos à função pública e hoje estamos a pagar esse preço, todos. Não é fácil dar um passo atrás mas, é necessário se queremos evitar o precipício.


domingo, 16 de junho de 2013

Painting & Poetry XIX


August Macke




Eu sou a que no mundo anda perdida, 
Eu sou a que na vida não tem norte, 
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte 
Sou a crucificada ... a dolorida... 

Sombra de névoa ténue e esvaecida, 
E que o destino amargo, triste e forte, 
Impele brutalmente para a morte! 
Alma de luto sempre incompreendida!... 

Sou aquela que passa e ninguém vê... 
Sou a que chamam triste sem o ser... 
Sou a que chora sem saber porquê... 

Sou talvez a visão que Alguém sonhou, 
Alguém que veio ao mundo pra me ver 
E que nunca na vida me encontrou! 



Florbela Espanca