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segunda-feira, 26 de maio de 2014

"Todas as nações têm o governo que merecem" *

Conheça os deputados portugueses eleitos para o Parlamento Europeu


As eleições de ontem foram profícuas em interpretações. Da esquerda à direita, teóricos e empiristas, os do costume e os novos actores, todos se desenrolaram em teorias patéticas e ocas. Uma vez mais, desprezou-se a política europeia, aquela que paga 80% dos investimentos nacionais, e que financia os nossos bancos, fazendo uma colagem dos resultados às eleições nacionais. Como boa tuga que sou, também eu tenho uma opinião a dar:

1. Ao contrário do que todos reclamam, não houve um único vencedor: o PS teve um resultado vergonhoso, a Aliança Portugal perdeu, a CDU elegeu três deputados para um Parlamento que rejeita, O Movimento Partido da Terra vendeu-se ao populismo de Marinho Pinto, o Bloco de Esquerda acentuou a sua tendência de extinção. 

2. A abstenção não é passível de outra interpretação senão a falta de interesse. Não gosta dos candidatos? vota em branco, está descontente? escreve impropérios no boletim de voto, mas mostra que se preocupa e interessa dando-se ao trabalho de ir exercer o seu direito/dever. Não quer saber? então não tem o direito de reclamar.

4. Nem tudo é mau, exportamos o Marinho Pinto, o Carlos Zorrinho e o Pedro Silva Pereira de uma vez só. O país vai ficar melhor.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

a lotaria da democracia



Ninguém diria mas, domingo há eleições. E por sinal umas bem importantes já que as principais políticas que nos regem são pensadas e aprovadas em Estrasburgo/Bruxelas e não em São Bento. Não há muito a dizer sobre estas eleições. Os partidos da oposição dizem que devemos votar contra os partidos da coligação para os castigar pela política de austeridade em Portugal, os partidos do governo dizem para votarmos neles para mostrar que não queremos governos despesistas como os anteriores. Os novos partidos alegam que devemos é votar neles para variar. E nós, eleitores que até queremos exercer o nosso direito/dever de voto, ficamos como um burro a olhar para o palácio. 
Mais uma vez, destas eleições sai a certeza que temos uma classe política execrável, da esquerda à direita, ninguém se aproveita. O PS anda preocupado a analisar o impacto da participação do Sócrates na campanha, que hoje lá saiu à rua com aquela cara de pau que lhe é característica. (Deixem-me que vos diga que se eu tiver a sorte de apanhar uma arruada com o Sócrates, o impacto seria o da minha mão na cara dele, poucas coisas me dariam tanto prazer.) O Tozé anda a prometer aos velhinhos acabar com a TSU das reformas, um burro a tentar fazer os outros de burros, alguém diga a esse senhor que as eleições são para o Parlamento Europeu... 
Não ouvi dos candidatos senão troca de acusações, insultos, e lavar de roupa suja. O mote, comum a todos os partidos parece ser "votem em mim, não porque sou o melhor candidato mas, porque os outros são maus". Não retive dos candidatos uma única ideia sobre os quadros comunitários de apoio, as políticas comuns de pescas, agricultura, o euro, a protecção do mercado europeu, o futuro da União Europeia, a Constituição Europeia, o caso Turco,  a questão Britânica.
Domingo não deixarei de ir votar, não por respeito aos candidatos, já que terei muitas dificuldades em escolher um, mas por respeito a todos os que no passado tornaram possível que hoje eu tenha direito de escolha, mesmo que a minha escolha se resuma ao menos mau.


quarta-feira, 14 de maio de 2014

se isto não é uma incongruência, não sei o que será...


Os partidos mais à esquerda em Portugal defendem a saída do Euro e da União Europeia, no entanto são candidatos ao Parlamento Europeu. Alguém me consegue explicar a lógica pela qual esta gente se rege???

terça-feira, 8 de abril de 2014

bem que podiam enfiar o vosso pessimismo num sítio que eu cá sei...



Vivemos três anos na merda. Chafurdamos na lama, fomos para lá do fim do poço. Foram três anos terríveis, cinzentos, medonhos. Ameaçaram-nos com o papão e nós, meninos bem comportados, fizemos tudo o que nos mandaram, cumprimos à regra com todas as regras. Portamo-nos bem e os nossos tutores têm-nos passado a mão na cabeça e feito rasgados elogios. Nos meios de comunicação social estrangeiros somos heróis, um caso de sucesso e superação. Nos nossos meios de comunicação somos uns desgraçados que morremos na praia.
Estamos cansados, saturados. Dobramos outra vez o cabo das Tormentas e, embora a tempestade ainda não tenha acabado saberia bem, provar o doce travo da vitória. Mas não, neste país não se comemoram os feitos, celebram-se as desgraças. Neste país, cheio de velhos do Restelo e gente triste, as vitórias são minimizadas e a tragédia ampliada. Neste país, e em nome da má política, escrevem-se as glórias a letra minúscula e sublinham-se a negrito as desgraças. Vivemos num constante delay, onde o passado é sempre melhor que o presente e o futuro. E o passado, lá no passado, quando este ainda era presente, era igualmente mau, péssimo. Seria bom, por uma vez que fosse,  saborearmos as nossas conquistas no agora e não daqui a quinhentos anos. Deixem-nos ficar um bocadinho orgulhosos pelo trabalho que fizemos. Deixem-se de merdas e politiquices e enalteçam a vontade deste povo, a resiliência, o espírito de sacrifício. Deixem de dar tempo de antena a velhos decrépitos que acham que os militares deveriam fazer um golpe de Estado, a políticos ressabiados que torcem para que tudo dê errado só para terem razão, a ex ministros que ajudaram a cavar o buraco onde nos enfiaram e, sem o mínimo de vergonha na cara, acham-se no direito de criticar. Apre gentinha...Custa muito deixar o povo ser feliz, nem que seja só por um bocadinho, custa???


quinta-feira, 13 de março de 2014

os setenta que não se tentam...




Há não muito tempo, o meu pai contou-me uma das suas histórias. O meu pai gosta muito de contar histórias e, ao longo destes mais de 30 anos de cumplicidades, já ouvi as mesmas centenas de vezes mas, aquela nunca ma havia contado. Dizia-me ele que, quando andava na escola primária tinha um professor muito mau. Não havia dia nenhum que não "aquecesse o pêlo" a alguns alunos. E ele, o meu pai, estava constantemente entre os premiados. Dizia-me que conheceu os veios da régua de madeira como poucos. O meu pai sempre foi malandro (ainda o sabe ser) e os malandros sempre se deram bem com outros malandros, vai daí e, o grupinho dele era sempre o escolhido para levar nas orelhas. (na altura a canalha era gandula, hoje em dia é mesmo mal educada, o que infelizmente não vai lá com reguadas...) No final do ano, todos os amigos do meu pai reprovaram de ano, menos o meu pai. É então que ele tem a genial ideia de ir falar com o professor e dizer-lhe que também não queria passar de ano pois não queria separar-se dos amigos. O professor olhou para ele muito sério, com os olhos arregalados por cima do óculos a assentiu com a cabeça, proferindo apenas um: "tomava-te por mais fino, meu rapaz". Quando chegou a casa e disse ao meu avô que reprovou de ano levou, obviamente, uma coça de cinto. Quando o meu avô se cruzou, por acaso, com o professor e ficou a saber que ele reprovara por vontade própria, levou uma coça ainda maior, com direito a sermão e missa cantada. Nas palavras do meu avô: "és mais burro que os teus amigos, estes são burros porque não sabem mais, tu és burro porque queres".

Esta história veio-me à memória por causa da celeuma toda criada pelo chamado manifesto dos 70. É que parece-me que, tal como o meu pai, estamos a pedir para reprovar. Depois de termos feito todos os sacrifícios, de termos passado em todas as avaliações, de estarmos a um passo do diploma e consequente alforria, vêm agora um grupo de supostos ilustres pedir para reprovar, para voltarmos para a cepa torta, para o lixo das agências de rating. Eu não pesco nada de macro economia mas, se era para não pagar não o devíamos ter feito lá trás, antes de pedir aos portugueses os enormes sacrifícios que se pediram? Então é agora que recuperamos a confiança dos investidores, que temos juros mais baixos desde que estamos no euro, que vamos dizer que afinal não pagamos o que devemos?? É a um mês de sermos lançados aos leões dos mercados que um grupo de académicos, ex-ministros, empresários se lembram de dizer que a solução para o país é não pagar a quem deve?? E estão eles conscientes que muitos dos nossos credores são os bancos nacionais, o que provocaria um colapso bancário no nosso país?? 

Eu continuo a achar que a solução para este país é apenas e só uma, não gastar o que não tem, mas isso sou eu que não sou nenhuma ilustre...


sábado, 8 de fevereiro de 2014

surrealidades...





Joan Miró. Artista espanhol/catalão surrealista. Autor dos quadros que a nossa esquerda quer manter sob o argumento de que acrescentará muito à cultura nacional. Servem-se da doutrina futriana: "virão charters de turistas" ver pinturas como estas. Dizem que vamos ser a Meca da arte surrealista (pff, quem é Dalí ou Picasso à beira de Miró!!). 
Respiro fundo. Olho para surrealismo pintado na minha declaração de IRS e pergunto, quem é que vai pagar esta merda?? 


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Pergunta para queijinho...


O que é mais surreal, a Coleção Miró ou a vontade dos deputados socialistas em que um país falido fique com uma colecção de arte (que nada acrescenta à identidade e cultura nacional)?

(caso para dizer, vendam-se os dedos mas preservem os anéis...)




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

acerca dessa imbecilidade de referendo sobre a co-adopção...



... hoje senti vergonha de ser Social Democrata... tivesse eu cartão de filiada e tê-lo-ia rasgado.

e pronto, é só isso.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Socras a inventar e a mentir desde pequenino!!!

Mais uma vez o Socras dá uma prova de que tem problemas com a verdade, ele simplesmente mente tão facilmente como respira.

Ver aqui a partir dos 2.30, O Socras a relembrar que aos 8 anos a caminho da escola ouviu a Selecção e Eusébio a vencerem a Coreia do Norte no célebre jogo do Mundial de 1966.

Só um pormenor, para quem não sabe esse jogo foi num Sábado 23-07-1966 ás 15h.
Talvez eu esteja a ser mazinha e ele já nessa altura frequentasse a escola ao Sábado, afinal ele sempre foi um aluno aplicado, tão aplicado que até tirou  o curso num Domingo.


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

ai Portugal, Portugal, um Kim por dia, nem sabes o bem que te fazia...


(não é que o homem tem mesmo cara de quem levava uma vida devassa...)


Quem me vai lendo sabe que nutro uma certa simpatia pela Coreia do Norte. Gosto da disciplina, gosto do respeitinho, daquelas paradas militares com todos alinhadinhos, do povo a chorar de alegria cada vez que o grande líder passa. Se a tudo isso juntarmos a crença do Bernardino Soares que afirma que aquele regime não é uma ditadura e então, temos um país que deve ser dos melhores do mundo para se habitar, pena que não está aberto à emigração...  Ali não há cá merdas, o povo só tem de trabalhar e adorar o grande líder. É esse o seu destino. Tudo o resto são tentações capitalistas criadas apenas com o intuito de perturbar a ordem natural das coisas.
Sigo com muita atenção o que se vai passando por lá. Gosto de estar a par das últimas movimentações do grande líder, aquele ser tocado por Deus, perdão, que encarna o próprio Deus, que é o melhor do mundo em tudo o que faz, da equitação ao tiro com arco, da culinária ao xadrez, da ginástica rítmica ao canto lírico, e ainda acumula todos esses dotes com o título, renovado ano após ano, de ser vivo mais sexy do sistema solar (by the way, sabiam que ele foi educado na Suiça por um português?, é que tinha de haver dedo de um português em tamanha perfeição!). 
Ora as últimas notícias que nos chegam indicam que ele fez uma purga e mandou executar 100 membros do partido, inclusive o seu tio e mentor. Este era acusado de corrupção, uso de drogas, ser mulherengo e levar uma vida devassa. Como é óbvio, e porque a Coreia é uma nação à séria, foi condenado à morte, com direito a julgamento (sumaríssimo que estes trastes não merecem que se gaste dinheiro público com eles), não pensem que aquilo é uma tirania. 
Claro que mais uma vez eu estou do lado do grande líder! Estas acusações gravíssimas, não merecem outro castigo senão a morte. Fosse assim por estes lados e acabavam-se os problemas de estacionamento, as filas, as listas de espera, o desemprego...


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

enter para revolução


Quando olho para trás, para aquela que é a história da humanidade, tendo a ficar rendida às revoluções. Sempre gostei de uma boa revolução (principalmente se for azul). Um ideal, uma conjugação de vontades, a luta, e finalmente a realização, arrancada a sangue suor e lágrimas daqueles que acreditaram. Devemos muito a quem, no passado, deu de si para a conquista de alguns direitos que hoje são para nós banais. Pensar que a minha mãe, até há uns anos, não tinha direito de voto, ou não podia  sair do país sem autorização do marido, é para mim medieval contudo, retrata a nossa história do século XX. Graças à coragem e acção de muitos homens e mulheres, hoje temos liberdade e, com este que é o direito mais básico vieram outros igualmente fundamentais.
Mas, ainda assim o povo está descontente. Sem exércitos, ou multidões, sem armas, ou panfletos, o povo lá vai reclamando com aquilo que acha está errado. O facebook democratizou as revoluções e, agora basta um tempo livre e uma ligação à net para começar um movimento revolucionário. As páginas reivindicativas nascem como cogumelos. Reclamam o dever de não beber mais Pepsi,  exigem a demissão do Sr. Blatter, querem despedir os motoristas do governo, querem o perdão para o cão que matou a criança, a bola de ouro para o Ronaldo, o Jesus demitido... A última página que me convidaram a "likar" era qualquer coisa como "não queremos o Cavaco a representar Portugal no funeral de Mandela". Ora, a criação de uma página deste tipo revela, além de uma óbvia falta do que fazer, uma profunda ignorância da história e um alheamento da política nacional. Mas, e acima de tudo, demonstra uma ignorância e uma falta de respeito para o gigante que foi Mandela. A principal lição que esta, que é a figura maior da história do séc. XX, é a da paz, da coexistência, do perdão.  

Concordo com a insatisfação das pessoas, vivemos tempos complicados e a sociedade não tem sabido acompanhar as mudanças económicas mas, ao invés de perderem o vosso tempo a construir páginas que apenas nos envergonham pela falta de cultura geral do nosso povo, interessem-se. Leiam. Não acreditem em tudo o que os jornais, principais culpados pela desinformação, imprimem. Vasculhem a história do nosso país, e do mundo. Talvez assim consigam compreender a difícil situação que atravessamos. Talvez assim, consigamos atingir uma sociedade mais justa, e igualitária, com políticos mais competentes. Talvez assim fiquem a saber quem foi Mandela e compreendam o legado que ele, com sacrifício pessoal, deixou para a história.




terça-feira, 26 de novembro de 2013

marchar, marchar...

(45) Tumblr

Ontem, enquanto eu preparava o lanche para o meu afilhado, ele cantarolava alegremente o hino nacional, na casa de banho... Entre gargalhadas abafadas provocadas pela sua tentativa de pronunciar egrégios, eu lutava, mentalmente, para arranjar uma forma de lhe explicar que não é lá muito patriótico cantar o hino nacional na sanita. Depois, lembrei-me do Mário Soares e, de repente, uma criança de 4 anos a cantar o hino português enquanto faz o seu cocó, transforma-se num Afonso Henriques...


terça-feira, 12 de novembro de 2013

heróis que o tempo inflamou...




Não compreendo é a leitura que se faz da História. E já não falo da história de há muitos séculos, falo mesmo daquela cujos intervenientes ainda estão vivos para a contar. Ler a História pela mãos dos historiadores e pela mão dos media é um exercício completamente esquizofrénico. É que não bate a bota com a perdigota. Recentemente, na comemoração do centenário de Álvaro Cunhal, celebrou-se um herói, alguém que se sacrificou, que lutou contra o regime salazarista, o líder comunista que mais tempo esteve preso, o romancista. Encheram o Campo Pequeno e, vejam lá, até a Judite de Sousa escreveu uma biografia do homem. Foi o herói da democracia diziam. Mas então, é suposto esquecermos as razões de tamanho altruísmo do homem? É suposto ignorar que, por vontade de Álvaro Cunhal o seu centenário seria algo deste género:





terça-feira, 5 de novembro de 2013

A máxima já é velha mas agora vai ser posta em práctica!!

Eu sempre ouvi dizer "o Natal é quando o Homem quiser" e parece que pelos vistos na Venezuela este ano o Natal vai ser em Novembro assim o decretou o Nicolás, aquele porreiraço que também é amigo do Socras, que gosta de se vestir de fato de treino e  governa de acordo com as directivas do grande Chavez!
Como deve ser bom viver no país das maravilhas....

Mais pormenores aqui

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

e o pior? o pior é que ainda o vamos ver a candidato a PR...


Sob o pretexto da publicação da sua tese, aquela que fez enquanto esteve exilado em Paris a estudar filosofia, José Sócrates deu uma entrevista ao Expresso, publicada no passado dia 19. Para todos os que não tiveram oportunidade de ler, o semanário disponibilizou agora, em versão online, a entrevista na íntegra. Um importante documento para memória futura...



Previno desde já, os meus amigos que, a leitura desta entrevista pode causar efeitos secundários como vómitos, tonturas, acessos de raiva, ou, para aqueles que apreciam o humor negro, ataques incontroláveis de riso. Eu demorei três dias a ler a entrevista, não por ser demasiado extensa, que o é, mas, porque o meu aparelho digestivo tem muitas limitações no que concerne ao processamento de porcarias. Tive de parar várias vezes tal era o meu estado de náusea. Ao logo de todas aquelas linhas é bem visível a falta de consideração que este senhor tem pela inteligência dos portugueses. É ainda claro o narcisismo patológico que este ser sofre assim como a sua fé inabalável na impunidade.
Gosto particularmente da estória que ele conta sobre ter pedido 120 mil euros ao banco para viver um ano à grande e à francesa em Paris. Diz ele que "foi feliz" por lá,  que "nem sabia que existiam vidas assim, vidas tão boas. Nunca tinha tido uma vida dessas.” É delicioso saber que no ano em que os bancos nacionais tiveram de sofrer injecções de capitais públicos para não falirem, no ano em que muitas empresas viáveis fecharam por falta de liquidez e crédito junto dos bancos, que muitas famílias perderam a sua casa por intransigência das instituições bancárias, estas aprovavam empréstimos a cidadãos desempregados para estourar em grandes vidas na cidade luz! Por outro lado, esta gestão socraniana, explica muito sobre o estado em que ele deixou o país: gastar dinheiro que não tem para sustentar uma vida que não pode pagar. A diferença aqui é que o país não tem reservas em offshore, para mal dos contribuintes portugueses....

Enjoem, aqui.!
  

domingo, 6 de outubro de 2013

contas à moda do Porto...



O que há de exemplar na vitória de Rui Moreira no Porto é que um povo que vive a dizer que "eles são todos iguais" foi confrontado com a diferença e desafiado a fazer uma escolha - e escolheu, não desaproveitou a oportunidade. Tanto como a vitória de Rui Moreira, enfrentando condições extremas de desigualdade e até de deslealdade concorrencial, foi a dimensão e o significado da derrota de Luís Filipe Menezes que tornaram o desfecho do Porto um exemplo e uma lição para todos. Menezes, um dos barões da política e desse tantas vezes pernicioso PSD, atacou a campanha com a arrogância de quem se gabava de ter sete vitórias em outras tantas pugnas eleitorais e de quem dispôs de meios sem fim, do apoio dos suspeitos do costume e, acima de tudo, com o despudor de prometer a um eleitorado estrebuchando sob a avalancha de sacrifícios impostos pelo Governo do seu partido uma espécie de círculo eleitoral de excepção, onde, em caso de vitória sua, não faltariam nem dinheiro, nem obra, nem capacidade de endividamento. Perante os túneis e pontes, a baixa de impostos e rendas sociais, e os porcos assados e concertos de Quim Barreiros que Menezes prometia e oferecia, Rui Moreira respondeu com as pequenas soluções concretas que mexem com a vida concreta das pessoas e a economia da cidade. Não faltou quem, mal digerindo a derrota e a lição, tenha afirmado que foi a "grande burguesia da Foz" que ganhou a eleição do Porto - contra, presume-se, o "povo", que o PSD, sobretudo, mas também o PS, devem representar a Norte, tal como os comunistas representam a Sul. Mas quem assim fala não conhece bem o Porto nem percebeu bem o que lá aconteceu no domingo passado. Triunfou, sim, um antigo e digno espírito burguês, assente em virtudes velhas e em desuso, tais como o trabalho, a poupança, a seriedade nos negócios e nas contas, que ao longo dos tempos fez a prosperidade e o nome honrado do Porto.


Percebo bem que o baronato partidário, preso a uma lógica de aparelho e caciquismo e, apesar dos anos já decorridos, formado por aquilo a que podemos ainda chamar os novos-ricos da política, tenha dificuldades em entender algumas lições recebidas nestas eleições e mudar o que quer que seja. E, contudo, se o não fizerem, não é apenas a sua sobrevivência que está em causa, mas uma coisa bem mais importante: a própria sobrevivência do sistema representativo partidário, base da democracia tal como a conhecemos. Nada melhor do que a exemplar derrota do PSD para demonstrar isto. Escolhendo sobranceiramente candidatos que queria promover e não aqueles que o eleitorado queria ver, julgando que as escolhas do partido se imporiam por si, o PSD mostrou quão desfasado está da sua função primeira: representar os eleitores.»

[Miguel Sousa Tavares, in "Expresso", edição 5 de Outubro 2013]

(não costumo concordar com o que este senhor diz, a não ser quando fala sobre o FCP. Desta vez é só sobre o Porto, sem o futebol mas, concordo em todos os graus...)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

se merecemos o país que temos? ai merecemos, merecemos...


A propósito das autárquicas que, dizem, se realizaram ontem...


  • A abstenção foi de 47,44%.


  • O programa de televisão mais visto, do dia, foi a Casa dos Segredos com 39,9% de share!




sim, é um bocado de ressabiamento mas, não deixa de ser um desabafo esclarecido...


Eu tentei gostar de Guimarães, a cidade onde vivo, a sério que tentei. Não foi a cidade onde nasci, não foi a cidade onde me criei, nem a cidade onde me formei, em circunstâncias normais não seria a cidade que escolheria para viver mas, foi a cidade que os meus pais escolheram. É a cidade onde moro, por constrangimentos da vida. Até há um par de anos atrás eu não era frequentadora de Guimarães, mesmo que no meu bilhete de identidade figurasse aquela cidade como residência. Sempre fui mais Braga. Foi a cidade que me viu nascer. É em Braga que faço compras, é Braga a minha primeira escolha para sair, é em Braga que tiro o passaporte, o cartão único, até para ser esclarecida na repartição de finanças prefiro Braga. Braga tem urbanidade, Braga é cidade, cheira a cidade, tem gente educada e esclarecida. Braga tem reflexão, apesar do peso religioso. Braga sabe acolher, sabe adoptar. Braga tem dimensão, tem mundo. Guimarães é um feudo. Guimarães não sabe tratar quem não é de Guimarães, não sabe acolher. Guimarães é xenófoba. Guimarães é medieval. Guimarães é pequena, contentam-se com migalhas. Guimarães é imagem sem conteúdo, é aparência.Guimarães é como o seu centro histórico: lindo por fora e podre por dentro. 
Ontem, os resultados eleitorais deram-me mais uma vez razão. O povo de Braga soube dizer chega. Soube acabar com uma dinastia que durava há 36 anos. Escolheu um novo rumo para a cidade. Já Guimarães, escolheu continuar pelo mesmo caminho. O caminho da aparência, da incompetência, da política suja e do compadrio. Da gestão dita socialista que gasta centenas de milhões de euros em obras públicas sem utilidade e tem o maior índice de população carenciada. Já dizia esse grande embuste político, de seu nome Mário Soares, só os burros é que não mudam. Talvez seja chegada a hora de eu mudar, de residência...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

aqui d'el rei







Guimarães e Braga são há muito dois bastiões do Partido Socialista. Quem por cá anda sabe que há corrupção nas duas autarquias, de outra forma não se explica o enriquecimento visível dos autarcas. É limpinho, limpinho. Já foram levadas a cabo investigações que, por inércia do ministério público, por elasticidades da Lei, ou por cumplicidade das autoridades locais, não chegaram a bom porto. O povo, esse vai-se vendendo por um punhado de betão. Infelizmente para muitos um bom político é aquele que ergue a maior parede de cimento, mesmo que essa parede não tenha qualquer utilidade. Não me considero mais inteligente que ninguém, nem tenho a pretensão de dizer às pessoas o que devem fazer ou quem devem votar, isso caberá à consciência de cada um. Acho é que não devemos ser levianos na hora de exercer o nosso direito de voto. 
O socialismo defende, na sua génese a igualdade de oportunidades/meios para todos os indivíduos, com um método igualitário de compensação, olhando para estas infografias, é legítimo questionar onde está a igualdade? Que socialismo é este? É esta a esquerda que temos no nosso país? Bem sei que este comportamento é transversal a todos os partidos, de todas as ideologias mas, o que esperar de uma esquerda que ergue o punho, que enche a boca para falar de igualdade de oportunidades e que, uma vez instalada no poder, faz o oposto do que  prega? 
O actual candidato à CM de Braga pelo PS é arguido num caso de corrupção. Dirão os homens da lei, que um arguido é inocente até prova em contrário. Isso é válido na sala de audiências mas, à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria e, ter um candidato a uma das maiores autarquias do país, sobre quem pende a suspeita de corrupção não deveria ser aceitável, nem pelos partidos, nem pelo Tribunal Administrativo e tão pouco pelo povo. Mas é-o, porque este é o país que temos. Um país onde se aceita este tipo de compadrio. Um país onde as pessoas aceitam as cunhas, toleram os tachos e fecham os olhos à corrupção se isso lhe trouxer o alcatrão até à porta de casa. Se merecemos estar no fundo do poço? Merecemos, pois fomos nós que o cavamos. Ao compactuar com situações como estas, ao dar a nossa quota de poder a pessoas com estes escrúpulos, estamos a ser fiadores da gestão questionável que praticam. E a factura, essa vem sempre ter-nos à mão...

(A acreditar nas sondagens, Braga irá ter um novo presidente, um homem resiliente que se candidata pela quarta vez e, que finalmente vai conseguir pôr fim a esta dinastia socialista. Infelizmente, para Guimarães o cenário não é tão promissor. A dinastia prolongar-se-à por mais uns anos, com grande prejuízo para a cidade, para o povo e acima de tudo para a democracia.)