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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Todos os dias, ao acordar, não despertes apenas do sono...



Quando nasceu baptizaram-na de Maria das Angústias. Nunca saberemos se foi premonitório ou condenatório, certo é que a única constante na sua vida foram as angústias. Conheci-a há muitos anos, ainda eu era adolescente e ela uma jovem mulher que mantinha uma relação amorosa proibida com um homem casado. Rompera com a família por ele. Vivia de um amor de migalhas, de restos, sobras que, aparentemente, chegavam para lhe alimentar a felicidade. Vieram os filhos, dois. Vieram os problemas financeiros e com ele o carácter do homem. As visitas não eram mais para saciar a fome dela, do corpo dela, do amor dela. As carícias deixavam agora marcas escuras no corpo, mazelas difíceis de esconder, dores na carne e na alma. Ele não era mais o empresário endinheirado. Era ela quem, agora sustentava os filhos e os vícios dele. Foram anos, numa existência conturbada, violenta, acidentada. Recusava-se a abandoná-lo, estava condenada a ele. Era um suicídio lento, como uma colher de veneno que todos os dias tomava e dava a tomar aos filhos, um veneno que, um dia, faria efeito... 
À sua volta, quem dela gostava, revoltava-se, insurgia-se, exigia que alguém fizesse alguma coisa. Nada se podia fazer, além de ajudar a sarar as feridas visíveis. Apenas ela tinha a chave da sua prisão. Um dia, sem ninguém o prever decidiu mudar de vida. Pegou nos filhos, partiu, abandonando o seu carcereiro na ignorância. Diz que viu a luz, virou médium/espirita. 

Sei que ela sempre reconheceu nos meu olhos a pena. Pena por a saber fraca, pena por a saber prisioneira, pena por saber que ela não gostava de si. Sei que sabe que sempre gostei dela e torci para que saísse da sua própria sombra. Quando a encontrei, tempos mais tarde, vi uma mulher diferente. Contou-me que estava bem. Tinha um emprego estável e, nas horas vagas ajudava pessoas com o seu dom. No meu olhar havia agora  surpresa e alegria por a saber feliz. 
Ela olha sempre para mim com carinho, com um brilho de quem sabe algo mas não me conta. Diz-me sempre que pede muito por mim e que tudo há-de dar certo, abraça-me e sussurra: "coragem". Dá-me mezinhas para fazer, sabe que não acredito, que não as farei, mas não a impede de continuar a preocupar-se comigo. Há muito tempo que não estou com ela, hoje enviou-me um recado: "Sei que não tens andado bem. Preciso de estar contigo. Tenho uma receita para ti". É verdade não tenho andado no meu melhor. É verdade que não tenciono seguir a receita dela, que deverá uma daquelas simpatias/oferendas que se vêem no calçadão do Rio e que apenas servem para matar a fome aos pobres que por elas passam. Mas também é verdade que me faz bem estar com ela, inexplicavelmente, aqueles olhos, marcados pelas angústias espelham agora uma esperança que nos renova.


terça-feira, 18 de junho de 2013

Dúvidas, reflexões e vibradores...




Uma pessoa vai a uma sex shop com o intuito de comprar um vibrador. Leva na ideia algo  simples, básico. De forma e feitio semelhante ao original, três ou quatro velocidades, cor discreta, de fácil manutenção e não muito dispendioso. Algo que cumpra a sua função, sem lhe exigirmos mais além dessa satisfação. Chegada lá depara-se com toda uma panóplia de ofertas. Feitios inimagináveis, cores berrantes, funções estranhíssimas, texturas improváveis. A curiosidade desperta. Olha-se para os esquisitos objectos com vontade de descobrir mais. Para que serve, como funciona, o que proporciona. De repente os básicos dildos, tão simples e realistas tornam-se monótonos, desinteressantes. Por muito competentes que sejam, falta-lhes a graça. Até àquele momento, a pessoa, não sabia que precisava de três estimuladores simultâneos, de 12 velocidades diferentes, de aquecimento integrado, cabeças substituíveis, de glitters para abrilhantar a coisa. Depois de saber que existe passa a ser uma necessidade. Algo que precisa, que quer com toda a sua força, algo sem o qual já não pode passar. Mesmo que, e devido à novidade, haja uma estranheza inicial, um desconforto, um não saber sequer como pegar na coisa...
Podia uma pessoa ignorar o apelo da novidade, do complicado, do difícil? Podia uma pessoa resignar-se ao básico, sabendo que há formas de multiplicar o prazer? Poder podia mas, não seria a mesma coisa...


(Sim, poderia ter dado o exemplo dos telemóveis mas, hoje apeteceu-me falar de vibradores...)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Simples assim...


 
portanto... vou dar o passo em frente e ir atrás.
depois, logo se vê.

Acho que estou assim...

"Com o tempo você vai percebendo que, para ser feliz com outras pessoas, tem de começar por não precisar delas.
Aprende então a gostar de si, a cuidar de si e principalmente a gostar de quem gosta de si.
O segredo não é correr atrás das borboletas, mas sim cuidar do jardim para que elas venham ter consigo.
E, ao fim e ao cabo, vai encontrar não quem você estava a procurar mas quem estava a procurá-lo a si".
 
Mário Quintana

Coisas da Mona... LIV

por estes dias, se calhar até tempos, a minha vida é um turbilhão de ideias, emoções, sentimentos, bons, maus, confusos, indecisos, coisas boas e extraordinárias... por vezes alguma agitação enquanto durmo... noutras coloco a cabeça no travesseiro e simplesmente apago... ora choro, ora rio, ora quero, ora já não quero... e depois, tudo se resolve... a vida resolve sozinha e nós vamos atrás. simples assim.

gosto da minha insatisfação, das minhas dúvidas. dos meus estados de espírito que vão da loucura, à serenidade. do meu olhar triste. e da minha alegria.
Os meus medos deixam de existir da noite para o dia... e o que ontem me preocupava, hoje não faz sentido. A vida é fodida, mas é boa!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Exemplos a seguir...ou não!!

Ontem o dia foi em grande, a nossa pequena M. foi á Primeira Comunhão. A pequena que parece ainda ontem nasceu num dia de dilúvio e que me fez a mim e á MisS nos encontrarmos numa central de camionagem a caminho do hospital e nos abraçarmos a gritar de felicidade tal era a euforia de termos tal figurinha na nossa vida. A pequena M. com sua pele morena que nos humilha a todas de pele alva, e com seus olhos negros e rasgados, tanto que quando nasceu tinha a alcunha de chinesinha, a pequena hoje já não é tão pequena assim (não é MisS?), e com seus tiques e jeitos de pré-adolescente nos olha e segue com adoração como exemplos, e que tem a Mona como seu ícone de estilo (o que traz certa preocupação á sua mãe). Então ontem num dos muitos momentos juntas na festa desenrolou-se o seguinte diálogo, que mais uma vez fez a mãe da pequena M. a nossa querida e eterna rainha do drama M. nos olhar com censura e se questionar se, de facto as Moníssimas serão bons modelos para a sua filha...

MisS: ( a provocar) agora fizeste a 1ª Comunhão tens de ir todos os Domingos á missa...
Pequena M: Tu já fizeste a tua e não vais á missa!!!!
Eu: mas sabes M, nós somos católicas em auto-gestão...
Pequena M: O que é isso Gija?
Eu: quer dizer que nós é que decidimos como vivemos a nossa religião, fazemos o que a nossa consciência diz e vamos á missa quando achamos que devemos e não quando o padre manda!!
Pequena M: ( a ver ali uma oportunidade de se escapar ás actividades religiosas, esboça um enorme sorriso)  Mãe, eu também quero ser isso que a Gija é!!!
M: (Depois de me revirar os olhos em tom de censura) Ok M., depois isso vê-se!!!!

E assim eu num minuto "estraguei" o trabalho da catequista e do padre tão empenhados em "criar" mais uma fiel ovelha para o rebanho...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ide em Paz e o Senhor vos acompanhe...




Não sou muito por aquele mandamento do amar ao próximo, talvez por isso nunca tenha sido grande católica. Não acho que tenhamos de gostar de toda a gente, aliás há dias que nem gosto de pessoas. Há, contudo uma grande diferença entre não gostar de alguém e gastar energia em desejar mal. Tenho pessoas de quem não gosto, tenho pessoas que não gostam de mim, ninguém passa pela vida incólume, sem fazer uma ou outra inimizade. É natural que, no nosso caminho despertemos sentimentos menos positivos, ódios, invejas e afins... É natural que guardemos ressentimentos a pessoas que nos fizeram mal, que magoaram aqueles que amamos.
Quando olho para o leque de pessoas de quem não gosto o único desejo que me assalta é o de as manter à distância, bem longe do meu caminho. Se o capeta em pessoa me aparecesse em forma de génio a dizer que poderia escolher alguém para lhe diabolizar a vida e proporcionar-lhe o inferno na terra, eu não apontaria ninguém. Não porque seja melhor que os outros, ou porque seja boa pessoa, na verdade faltam-me cumprir muitos itens na lista de admissão ao céu, mas, apenas e só, porque não ganho nada com a miséria de ninguém. O mal dos outros não me consola (e o facto de acreditar naquela coisa a que chamam karma, também ajuda). Além disso há coisas bem mais interessantes onde gastar a minha energia. Há pessoas novas para conhecer e gostar, sítios para descobrir, fins de tarde para aproveitar, refeições para partilhar, amor para fazer, livros para ler, músicas para dançar, raiares do sol para assistir, brincadeiras para brincar, campeonatos para ganhar, gargalhadas para dar, histórias para escrever... enfim, há uma imensidão de coisas positivas para cumprir com o pouco tempo que temos e com as pessoas que nos são queridas.
Mas, se destilar ódio contra a minha pessoa, se rogar-me pragas e desejar-me mal traz felicidade a alguém, pois que o façam. É que como diz a minha sábia madrinha no seu doce sotaque carioca: "minha filha, prefira sempre a inveja à piedade dos outros."!
Porque afinal, La Vita é Bella, só temos de saber aproveitar o melhor que ela nos dá.




segunda-feira, 27 de maio de 2013

Some call it conscience, some a hangover...




“Eu caminhava e sentia-me cada vez pior. Talvez estivesse assim por ter lá ficado e não tivesse ido para minha casa. Era como prolongar a agonia. Que espécie de merda era eu? Podia, sem dúvida, fazer jogos falsos e sórdidos. Eu estava a tentar ganhar alguma coisa? Podia continuar a dizer-me que aquilo era apenas uma questão de procura, um simples estudo do universo feminino? Eu deixava apenas que as coisas acontecessem, sem pensar nelas. Só me interessava o meu pequeno prazer egoísta e barato. Parecia um menino de liceu mimado. Era pior do que uma puta; uma puta leva o nosso dinheiro e nada mais. Eu mexia com vidas e almas como se fossem brinquedos meus. Como é que podia considerar-me um homem? Como é que podia escrever poemas? Eu era feito de quê? Eu era um Marquês de Sade de segunda sem a sua inteligência. Um assassino era mais recto e honesto que eu. Ou mesmo um violador. Eu não queria que brincassem com a minha alma, que a gozassem, que a ridicularizassem; ao menos disto tinha a certeza. Eu não valia um tostão furado. Pude sentir isso enquanto percorria o tapete de um a outro lado. Nem um centavo. Mas o pior é que eu fazia passar-me por aquilo que não era – um bom homem. Eu entrava na vida das pessoas porque elas confiavam em mim. Fazia o meu trabalho de maneira mais fácil. Andava a escrever The Love Tale of the Hyena.

Fiquei de pé no meio da sala, surpreendido com os meus pensamentos. Dei por mim sentado à beira da cama, a chorar. Sentia as lágrimas correrem pelos meus dedos. O meu cérebro andava às voltas, mas não me sentia a enlouquecer. Não percebia o que estava a passar-se comigo.”

 

In, Mulheres, Charles Bukowski

segunda-feira, 13 de maio de 2013

20% mais de Norte e este país era uma potência!



Até sábado achava que o FCP não merecia ganhar este campeonato, estava conformada com a derrota, o FCP não esteve na sua habitual força, falhou nos momentos decisivos e, por demérito próprio, merecia a sua posição na tabela classificativa. Importava então aprender com os erros e preparar para esmagar na próxima época, outra coisa não se admitiria. Mas, a vitória pertence aos audazes e os lampiões apresentaram-se no Dragão a tremer. Jogaram para o empate, nunca arriscaram, nunca procuraram vencer o jogo. De forma desesperada, vergonhosa e anti desportiva queimavam tempo, tal qual o clube que luta pela manutenção. Depois de sábado e, apesar de o FCP não ter jogado bonito, não tenho dúvidas que merecemos o título. Temos mais raça, temos adn vencedor, não deitamos a toalha ao chão, não desistimos porque somos grandes e sabemos o tamanho da nossa grandeza. 
Durante a semana, o Sr. Mexia, CEO da EDP, achou por bem vir à praça pública opinar sobre o campeonato nacional. Dizia o Sr. que o pib nacional sobe quando o benfas é campeão (está pois explicada a génese da crise e atestada a sua condição crónica) não pretendo pois entrar em discussão com o Sr. Mexia até porque não disponho de dados estatísticos que sustentem as minhas dúvidas e não quero ser, como uns e outros, que falam à sorte. Mas, gostaria de fazer um exercício. Tomando por verdadeira outra mítica premissa lampiónica - a dos 6 milhões (o espírito do 13 de Maio desceu em mim hoje) imaginem como seria este país se estes 6 milhões tivessem metade da raça que têm os meia dúzia de tripeiros que aqui e acolá povoam o nosso país. Se 60% da população portuguesa acreditasse no seu valor, lutasse com alma e sangue até à vitória, se, e apesar das contrariedades, continuasse a trabalhar com o mesmo afinco e dedicação, se aproveitasse as oportunidades com garra, se não culpasse os outros pelos seus consecutivos falhanços, se não entrasse em campo com outra disposição que não ganhar. Se não se fizesse de vítima, se trabalhasse ao invés de ir chorar para as televisões e fazer queixinhas ao Estado. Se olhasse para a frente em vez de torcer o pescoço a procurar ver o passado. 
Tivesse o país e a nação 20% da raça tripeira e esta crise já estava há muito superada, sem choradinhos e com a coragem que se exige aos Homens nos momentos complicados. A coragem que os lampiões provaram não ter no sábado. É que um campeonato em tons vermelhos até pode fazer bem ao pib mas, é a atitude de fracos que são que condena o país à mediocridade. 


sábado, 4 de maio de 2013

Coisas da Mona XLV



 
A história da minha "vida amorosa"...
 
é nao gostar de quem gosta de mim e, gostar de quem não gosta.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Coisas da Mona XLII


Ontem foi o meu primeiro dia de "Voluntariado" (6 meses depois do primeiro contacto), acharam que eu seria um bom exemplo para 18 adolescentes (problemáticas) com idades compreendidas entre os 14 e os 20... Fui jantar à Santa Casa da Misericórdia cá da terrinha para as conhecer e hoje combinei uma caminhada com elas porque todas querem emagrecer...
 
O problema é que eu não sou exemplo para ninguém... estou assim! Em pânico!
 
Confesso que até me senti mal de tantos elogios que recebi, por eu ter tanto e, elas tão pouco... ou era o relógio, as pulseiras (que o meu irmão chama de xingalhada), a roupa, as sapatilhas... prometi levar-lhes algumas peças e fazer umas brincadeiras com roupa e tachas e ajudar no que puder. Agora só tenho que ir a casa, e trazer as milhentas merdas que guardo, acumulo, porque já há anos que não as uso (nem me servem)... com isto, a minha mãe é que vai ficar contente, ou pelo menos vai deixar de me foder a cabeça, parece que o closet vai levar uma boa limpeza... É que eu guardo tudo!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Hoje é um destes dias...




Há dias em que acho que a humanidade é um desperdício de recursos naturais, que não valemos o chão que pisamos. Há dias em que penso que somos o pior erro da Natureza, pior que um terramoto ou um maremoto, pior que todas as catástrofes juntas. Há dias em que acho que não somos sequer obra da Natureza, antes um parasita auto-gerado dos dejectos de outros seres. Há dias em que olho para a complexidade das pessoas e não vejo um milagre mas um erro crasso, as ambições desmedidas, as crenças invioláveis, a individualidade, o egoísmo, o egocentrismo, a maldade gratuita, o ódio exacerbado, a inveja infundada. Há dias em que olho para a humanidade e não lhe reconheço humanismo. Somos apenas pontos numa mancha sem forma ou conteúdo. Há dias assim.



terça-feira, 9 de abril de 2013

O que é que eu Quero?


porque fodida já eu estou...

comentário que vira post...



"Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti."
 
by Friedrich Nietzsche