terça-feira, 23 de outubro de 2012

À procura da fé...

Sou católica por herança. Porque os meus pais assim o quiseram. Completei toda a formação católica e recebi praticamente todos os sacramentos (incluindo a extrema unção) com a excepção do casamento e da ordem. E, embora acredite numa entidade superior, que não sei que nome terá, embora venere algumas pessoas extraordinárias que conseguiram feitos excepcionais a quem a Igreja chama de Santos, a verdade é que desprezo e abomino todo o clero. Eu tenho fé, falta-me é a parte do cerimonial, do cultivar a crença para que não esmoreça. Ando, por isso, numa espécie de descobrimento de outras crenças, de outras religiões.
Por estes dias arrastei a Mona e a Gija (a Miss Smile achou melhor não ir pois não tinha a certeza de que se controlaria) a um Gira de Baianos. Trata-se de uma celebração da religião Ubanda que, mistura o catolicismo, o espiritismo e as crenças afro-brasileiras. O Gira, é uma festa, muita música, muitos batuques, dança, palmas. É uma busca de paz e esperança pela alegria e não pela culpa e sofrimento ou pelo incutir do medo que o catolicismo usa. Os guias estão no terreiro a fumar e a beber cerveja e cachaça. Falam para os crentes de igual para igual. Há muito contacto, muita troca de afecto, há a necessidade do toque. Fui para um passe, sem saber muito bem para o que ia. Explicaram-me que era uma limpeza, uma reorganização do campo energético da pessoa. O guia que me atendeu, foi bastante atencioso. Encheu-me o ego com elogios, ofereceu-me água de coco com cachaça para beber e perguntou-me o que eu queria saber. Disse-lhe que queria saber apenas o que ele teria para me dizer. Começamos assim uma conversa non sense, eu e o baiano Zeferino, encarnado num pequeno homem careca, que se ria quase tanto como eu. Foi uma experiência surreal, estranha mas, um estranho bom, positivo e engraçado. Provavelmente voltarei a um terreiro, até porque aquela água de coco estava do melhor! Entretanto a minha exploração pela fé vai continuar, estou agora inclinada a experimentar as crenças orientais se bem que, adivinho grandes dificuldades na parte da concentração e meditação... Aguardam-se novos desenvolvimentos...

5 comentários:

Mona disse...

O Pai Zeferino é que sabe!!!!
Miss tou nessa, aliás tou em todas...

"Veio com a bichinha?"

Gija disse...

A limpeza foi geral!!! Gostei muito a repetir sem dúvida!!

Iza Vecchi disse...

Aqui no Brasil é super comum centros de Umbanda, Candomblé. Eu particularmente não aprecio e há quem diga que não há necessidades de fumos e bebidas bla bla bla..
Eu sou da religiao politeista Druidica, e gosto muito.
Me sinto super bem dentro.
Boa sorte a vcs só não entrem na onda de dinheiro x ' eu te ajudo para', que aí já é roubalheira.
Fiquem espertas.
bjs da iza
:)

Sílvia disse...

O sacramento da extrema unção? Tão cedo, porquê? (Eu sei que sou curiosa!!)

Eu partilho da mesma opinião em relação ao clero. Portanto, tenho pouca fé nos padres (do mais baixo, ao mais alto - Papa) e pouca fé na igreja (da mais pequena, ao Vaticano). Porque são seres humanos, e os seres humanos são imperfeitos, por muito que até queiram ser perfeitos.
Como tal, penso que será igual em todas as religiões.

Embora católica (com todos os sacramentos, menos a extrema unção e da ordem também, vá) a minha Fé volta-se para Deus, Fátima, etc e não propriamente para a igreja/padres.
Também já andei nessa procura, mas cheguei à conclusão que a Fé tem muito mais a ver connosco do que com os outros (padres, ou guias)!

MisS disse...

Silvia, ainda hei-de contar aqui a história da extrema unção... E sim, apesar destes périplos religiosos volto sempre ás minhas origens.