O Gerês é um lugar paradisíaco, do melhor que temos em Portugal. O verde da paisagem, as lagoas naturais com águas cristalinas, os garranos selvagens, as barragens, a gastronomia, a fauna e a flora, são motivos mais que suficientes para fazer deste um dos principais destinos de turismo nacionais. O Gerês oferece tranquilidade, descanso, aventura, desportos radicais, saúde, até religião! É caso para dizer que não faltava nada ao Gerês. Mas, faltava, faltava-lhe um caixote (que os arquitectos de hoje insistem em chamar de casa) com o nome de Cristiano Ronaldo na escritura. É um facto que o nº 7 da selecção é o (ou um dos) melhores jogadores de futebol do mundo. É uma estrela intergaláctica mas, o interesse de Ronaldo resume-se às quatro linhas, lá sim dá gosto ver este homem. A forma como brinca com a bola, como contorna os adversários, como faz magia. Fora de campo, Cristiano é só mais um azeiteiro da bola. Acontece que agora as romarias a Terras do Bouro, não tem que ver com o São Bento e os seus milagres mas, antes com o Ronaldo e a visão da sua casa . O rio Cávado anda entupido de embarcações desde que o craque tem lá habitação. Há excursões organizadas, por cinco euros desce-se o rio com direito a paragem mesmo em frente á casa de Ronaldo para uma foto, na margem oposta tem a casa do empresário Jorge Mendes, e os flashes disparam mais uma vez (mesmo sem as mamas da Sra. Mendes no enquadramento). As excursões chegam de todo o país e mesmo do lado de lá da fronteira apenas para ver as quatro paredes da casa. Ora, não sendo a construção nenhuma obra prima da arquitectura e havendo ainda o perigo de se avistar a D. Dolores em bikini, tornando esta experiência um trauma para a vida, não compreendo este fenómeno. O que raio é que estas pessoas lá vão fazer?
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