segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Até onde te levam os teus amigos?










Há tempos descobri o projecto Até onde nos levam os nossos amigos e desde então tenho seguido atentamente a aventura da Ana e da Bárbara. É intenção destas duas amigas, dar a volta ao mundo apoiadas numa logística que assenta na amizade. Começaram pelos amigos, partiram para os amigos dos amigos, e assim por diante, aproveitando uma teia de amigos que, esperam elas, cubra todo o globo. Nas palavras das próprias: Há sempre um amigo que tem um amigo que é amigo do amigo, que por sinal, é teu amigo. E não é coincidência, o Mundo é mesmo pequeno. Entre duas pessoas existem sempre seis ligações, mesmo quando se está em lados opostos do mundo. Não estamos a testar a teoria dos seis graus de separação, nós só queremos ir até onde os nossos amigos nos levarem. Podemos não chegar ao mundo inteiro, mas conseguimos dar volta ao Mundo. 
A aventura já leva nove meses e são já 22 os países visitados, com paragens em 84 cidades e 104 amigos arrecadados. Por onde vão passando vão deliciando todos aqueles que, como eu, seguem esta aventura, com fotos e histórias de lugares e pessoas magnificas. Vão mostrando também os seus amigos e os laços que vão criando. 
Rendi-me a esta ideia e à coragem destas duas amigas. É algo que me via a fazer. Apesar de não ser nada o meu estilo hospedar-me em casa de estranhos, esta ideia dos amigos dos nossos amigos não me causa muita estranheza, há até um ar de familiaridade nisso. O amigo do meu amigo, meu amigo é!
Dar a volta ao mundo, é um dos meus grandes sonhos de consumo. Não pelo consumismo. Não sonho conhecer todas as capitais do mundo enquanto me hospedo em cadeias internacionais de hotéis estandardizados de 5 estrelas.  Mas porque acredito que tudo fará muito mais sentido. Sempre achei que somos muito maiores do que aquilo que a nossa vista alcança. Tenho a forte convicção, renovada a cada dia, que o que verdadeiramente importa são as relações que vamos construindo com os outros, os afectos, a partilha, a troca de experiências, o contacto humano, os sorrisos trocados, as histórias, o conhecimento. Sempre concordei com John Donne, no man is an islandAcredito que para sermos felizes precisamos da partilha do outro. E, quanto mais heterogénea e multicultural for a nossa partilha, mais colorida será a nossa felicidade. 
Há medida que vou ficando mais velha, mais caro vai ficando este sonho, quer pela disponibilidade, quer por outros projectos que entretanto se sobreponham, quer mesmo do ponto de vista logístico e monetário, que o corpo já não aguenta aqueles colchões manhosos de hostels e dos vagões do comboio. Mas lá chegará o dia em que, sozinha, acompanhada ou até mesmo com um filho pela mão partirei, rumo a uma aventura que certamente me dará outra luz sobre o mundo.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

Sem comentários: