quinta-feira, 4 de abril de 2013

memorize it...



Há dias, enquanto desfrutávamos de um fim de tarde em Miramar, a respirar o ar salgado e a descomprimir depois de um dia de trabalho, uma amiga, que partilhou comigo os bancos da escola desde o oitavo ano até ao último da faculdade, perguntava-me se eu me recordava da defesa da tese dela. Contava-me que não tem memória absolutamente nenhuma desse dia o que faz com que tenha  o sonho recorrente em que descobre que não é licenciada, que nunca chegou a concluir o curso. Brincamos com ela, até porque guarda algumas recordações fotográficas de momentos absolutamente inócuos e banais, um pouco tontos até, como no 9/11, quando tentou afincadamente convencer a muito desesperada J. a não estudar mais para o exame do Canotilho porque ia rebentar uma guerra mundial e, "Hei! de que vale o Direito quando do céu chovem aviões?"
Curioso isto da memória. Do que o nosso cérebro escolhe para guardar ou do que rejeita para não mais recordar, ou até do que decide reformular e arquivar numa versão mais interessante que a original. Pessoas, datas e histórias passam pela nossa vida ficando apenas algumas. Nem sempre as mais importantes, nem sempre as mais felizes mas, aquelas que, o nosso inconsciente acha importante guardar e que assim, como uma manta de retalhos, fazem o filme mental das nossas vidas. As mais tristes, as mais decepcionantes, essas têm um tratamento especial. Feitas de uma matéria mais resistente demoram a degradar-se. Vão-se esfarrapando, deixando pedaços um pouco por todo o lado. Oportunamente, o tempo acaba por as diluir e o inconsciente a guardar apenas uma versão resumida. A versão que nos lembra que temos cicatrizes mas, que nunca devemos deixar de tentar, pois, um dia, tudo cicatriza...

Sem Preconceitos, a vitória do Amor...

Ontem a cantora brasileira Daniela Mercury usou a rede social instagram para anunciar ao mundo a sua nova relação amorosa, até aí nada de novo, a novidade foi que o novo amor de Daniela é a jornalista Malu Veçosa. A cantora publicou esta foto com a seguinte declaração 
"Malu agora é minha esposa, minha família  minha inspiração para cantar"


Quanto a mim, ninguém tem nada a ver com quem ela vive, dorme ou ama, mas já que optou por não se esconder do mundo, como muitos fazem, aproveito para dizer que fez muito bem e talvez assim seja um exemplo para muitos e contribua para derrubar os ainda imensos preconceitos que existem! 
Em todas as redes sociais se multiplicaram as mensagens de apoio, com votos de felicidades para a tão querida cantora, mas também apareceram alguns infelizes julgando e condenado a relação. De entre os votos de apoio veio um da também cantora Ivete Sangalo que publicou no Twiter e no Facebook a seguinte mensagem:
"Bom dia zamuris!!!! 
Meu bom dia especial de hj vai para Daniela Mercury . Seja muito feliz querida, vc é um luxo!! Muito amorrrrrrrrr"

E sim concordo com a Ivete a única coisa a comentar é desejar a Daniela que seja muito feliz nesta nova fase da sua vida, ou como disse e bem Fernando Pessoa...

"O Amor é que é essencial, o sexo é só um acidente. Pode ser igual ou diferente. O homem não é um animal. É carne inteligente."
Fernando Pessoa

I'm back!!!

Depois de uma Páscoa atribulada que deixou algumas mazelas, que envolveu dois dias de cama a vomitar até a alma, estou de regresso ao trabalho e também ao mundo da blogoesfera, vou só tirar uns momentos para me actualizar e já volto!!!! 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Chega-te aqui, assim à minha beirinha...

 
 
Quero dizer-te um segredo...
 
 

mein kampf, mein púbis...



Um dia ainda vou conquistar o velho continente. Apesar do meu olhar tímido, sorriso discreto, apesar da vergonha que carrego e que dobram os meus ombros numa quase vénia , são eles, os europeus do iluminismo, que se hão-de vergar aos meus pés. Enquanto esses sulistas boémios se distraem em tertúlias regadas a vinho e discutem filosofia e fazem revoluções e inventam direitos, nós, os do norte, com a nossa inteligência superior, criaremos as condições para tomar de assalto o velho continente. Conquistaremos a União Europeia (essa mesma criada com o intuito de refrear os nosso instintos) não pela guerra mas pelo dinheiro. Dinheiro esse que faremos graças às fraquezas humanas desses sulistas boémios. Produziremos bens de desejo, de qualidade superior, como tudo o que fazemos. Emprestaremos  a custo zero para que nos comprem os nossos Mercedes e BMW's e, depois, cobraremos juros altos para que eles tenham como  pagar gasolina. Quando estiverem afogados em dívidas, sem dinheiro para alimentarem o corpo e o espírito, num buraco tão fundo onde nem a luz dos sonhos chega, estenderemos, num gesto magnânimo, a nossa mão, acenando com uns quantos euros. Imporemos as nossas condições, não mais pela imunda forma da guerra, uma senhora não suja as mãos dessa maneira, mas pelo apelo irresistível do vil metal. Eles quererão ripostar, falarão em desvalorizar a moeda, emitir eurobonds, orçamentos conjuntos mas aí, será tarde demais, a nossa voz será a voz de comando. Todos eles estarão sob o nosso domínio, serão propriedade nossa, com as suas promissórias assinadas. Terão de vir a Berlim beijar-nos os pés, será a unserem kampf.  E, serei eu, esta miúda de peitos pequenos e coxas proeminentes  que estarei à cabeça desta conquista então, e em homenagem a Adolf, depilarei a minha púbis deixando apenas um rasto do seu bigode.

Frau M.

terça-feira, 2 de abril de 2013

only one???


 
 

na beirinha do prato...


Nunca gostei de favas, ou de grão de bico. Quando era pequena, a minha avó obrigava-me a comer favas e grão de bico, demasiadas vezes... Dizia que me fazia bem, que me daria sustança e me faria crescer mais forte. A bem da verdade a única coisa que aquilo me dava era vómitos. Sempre jurei que quando atingisse a minha liberdade alimentar não mais comeria favas ou grão de bico. Certo dia e, antes mesmo de atingir a minha alforria, o médico proibiu-me de comer favas e grão de bico, parece que aquilo me fazia mal e não era só ao palato. Eu sabia! Havia uma razão para eu não gostar... Desde então nunca mais comi favas nem grão de bico e, a bem da verdade, não sinto a sua falta. Nunca  tive saudades e vivo perfeitamente bem sem estes dois alimentos. Não cresci muito, nem sou muito forte mas, não vejo como seria diferente à base de favas e grão de bico, de que não gosto. Porque não somos obrigados a gostar de tudo (ou de todos). Porque nem tudo (ou todos) o que faz bem a uma pessoa fará obrigatoriamente bem a outra. Porque devemos afastar-nos do que (e de quem) não gostamos e esquecer a educação quando essa coisa (ou pessoa) nos faz mal, declinando firmemente. E, se, ao não comermos o que não gostamos, ou ao não aturar merdas de quem não gostamos, passarmos por mal educados, so be it! Eu cá já alforriei o meu estômago há muito e não engulo o que/quem não gosto e, assim sou mais forte...


In repeat...


Looking up from underneath
Fractured moonlight on the sea
Reflections still look the same to me
As before I went under

And it's peaceful in the deep
Cathedral where you cannot breathe
No need to pray, no need to speak
Now I am under all

And it's breaking over me
A thousand miles onto the sea bed
I found the place to rest my head

Never let me go, never let me go
Never let me go, never let me go

And the arms of the ocean are carrying me
And all this devotion was rushing over me
And the crushes of heaven, for a sinner like me
But the arms of the ocean delivered me

Though the pressure's hard to take
It's the only way I can escape
It seems a heavy choice to make
But now I am under all

And it's breaking over me
A thousand miles onto the sea bed
I found the place to rest my head

Never let me go, never let me go
Never let me go, never let me go

And the arms of the ocean are carrying me
And all this devotion was rushing over me
And the crushes of heaven, for a sinner like me
But the arms of the ocean delivered me

And it's over
And I'm goin' under
But I'm not givin' up
I'm just givin' in

Oh, slipping underneath
Oh, so cold but so sweet

In the arms of the ocean, so sweet and so cold
And all this devotion, well, I never knew it all
And the crushes of heaven, for a sinner released
But the arms of the ocean delivered me
...

Retratos de família...



A D. Camila era senhora da aldeia. Esposa do senhor Rodrigues, proprietário. O sr. Rodrigues passava os dias à procura de terra para aumentar o seu espólio, cabia-lhe a ela a tarefa de governar a casa e as propriedades. Acordava cedo, despertava a sua prole e, após o pequeno almoço de cevada e pão fresco, mandava os rapazes para a empresa, já às mulheres tocava-lhes ir para a quinta dar de comer aos jornaleiros e cuidar dos trabalhos. D. Camila supervisionava as tarefas, comandava os homens, dava as ordens, tomava as decisões, pagava a jorna com o dinheiro escondido sob o avental. O senhor Rodrigues tinha ar burguês, sempre impecável no seu fato riscado, chapéu inclinado e  automóvel  lustroso. D. Camila tinha ar de mulher de trabalho, o ar das minhotas, faces rosadas, mangas arregaçadas. O senhor Rodrigues sonhava, a D. Camila talhava-lhe os sonhos na medida certa. O sr. Rodrigues idealizava, a D. Camila dava-lhe sentido. O sr. Rodrigues era o capitalismo, a D. Camila a força do trabalho. Juntos eram um quadro de perfeita harmonia. Juntos eram um.
Aquando da Grande Guerra, e com o racionamento de alimentos imposto, D. Camila contrabandeava, debaixo da sua grande saia de roda e, sentada na primeira cadeira da camioneta de que era dona, alimentos para vender aos burgueses do Porto, que sabiam que ali, no escritório da rua Camões, iam encontrar o pão, as verduras e as frutas que escasseavam no mercado. No seu traje de dama  de aspecto impecável, a posar de mulher do senhor Rodrigues, escapava à revista das autoridades. Era assim a D. Camila, uma mulher de garra, uma matriarca que geria brilhantemente a casa e as quintas, uma dama quando assim se impunha, o retrato perfeito de uma minhota de raça pura...

segunda-feira, 1 de abril de 2013

it's a mona thing... you wouldn't understand V

Coisas da Mona XXXIX

desisto...

p.s. (e não é mentira de 1 de abril)

Cruzes canhoto...


... é o que me apraz dizer à torrente de notícias que dão o cavalo branco do Jorge Jesus como certo no FCP.

O que vale é que hoje é oficialmente o dia das mentiras (não que a imprensa desportiva precise de um...)