sábado, 6 de outubro de 2012

Do dia de ontem...

 
 
 
Ontem, dia da implantação da República, não fiquei em casa a ver a cerimónia de comemoração. Eu, como aliás 99% dos portugueses, estou perfeitamente a marimbar-me para este tipo de cerimónias que, não são mais que um palco para discursos políticos. Ontem, dia da República, fui visitar o primeiro castelo português. O sítio onde nasceu a nossa pátria, onde um dia um homem excepcional afirmou preferir ser rei por um dia que príncipe a vida toda. E, contra todas as possibilidades, foi rei não por um dia mas, por uma eternidade que se prolongará enquanto a nossa pátria subsistir. Passei um dia fantástico na cidade berço da nação, acompanhada por milhares de turistas que, com boa disposição desfrutavam da cidade, dos espaços verdes, dos locais históricos, abstraindo-se dos problemas que atravessamos, afinal o que conta são os bons momentos.
À noite, ao assistir às noticias do dia, veio o banho de realidade. Das comemorações o balanço final era: uma bandeira de pernas para o ar, uma mulher que com 57 anos que ganha 200 euros de reforma, o discurso de assalto ao poder do Costa e a ausência do primeiro ministro que antecipou o fim do feriado e passou-o a trabalhar. (Parece que o Soares também faltou mas, ninguem lhe deu pela falta até ele a justificar.) Umas quantas horas de protocolo espremidas dá isto, ou seja nada! Definitivamente a pobreza deste país não está no seu povo e a bravura com que os portugueses enfrentam esta crise não é alimentada por essa classe de parasitas que mais não augura que o bem próprio, a qualquer preço. A coragem lusitana vem-nos da terra, a mesma terra que já sorveu o sangue de tantos heróis que por ela deram a sua vida. Ontem, enquanto descansava, sentada na relva à sombra do castelo que nos gerou olhava para aquela terra e via o sangue de milhares de soldados ali derramado. Pessoas que deram a sua vida por este país, que acreditaram no sonho e ambição de um homem, que deram a vida por ele e, fizeram com que, passados quase 900 anos,  eu estivesse ali à sombra da nossa história a desfrutar do orgulho de ser portuguesa. Porra, isto vale a pena!
(O sentimento de esperança e sacrificio durou até ver as notícias do dia...)
 
 

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