Eu não ia falar desta merda mas, provocaram-me

Acabei de ler numa caixa de comentários de um blog que sigo um comentário onde me chamam de atrasada mental por achar que a vida de um humano vale mais que a de um animal. Estou indignada, não pela ofensa, com essa posso eu bem mas, por haver de facto pessoas que sobrevalorizam a vida animal à humana. Eu passei a minha tarde de sábado numa instituição que acolhe crianças vítimas de maus tratos, crianças que ainda em tenra idade (algumas com meses) já passaram pelo inferno da vida. Acontece que essa instituição tem muitas dificuldades para se manter e assegurar um lar feliz para aqueles meninos. É com isto que eu me preocupo. É com a oportunidade destas crianças, em dar-lhes um futuro, uma esperança para serem felizes. Se as pessoas se preocupassem com estes meninos como se preocupam com o raio do Zico, esta instituição não passaria pelas dificuldades que passa. E isto é que me revolta. Tenho um animal de estimação na família, um labrador lindo e amoroso. Um cão fantástico, dócil, que inclusive é membro honorário dos Bombeiros Voluntários e participa em treinos de salvamento em água. Por muito que adore o cão, que adoro, numa situação extrema de escolher entre a vida dele e a de uma pessoa não hesitaria em optar pelo humano. É que a dor de perder um amigo animal supera-se a custo mas, supera-se, a de perder alguém que amamos (e todos temos pessoas que nos amam) não passa nunca.