Vivem-se dias de incerteza na Venezuela. O seu querido presidente, revitalizador da revolução boliviriana e acérrimo defensor do socialismo democrático (!) está moribundo, ligado à vida por um fio, literalmente . No momento em que a ficha que o mantém se desligar não morrerá apenas o Presidente, morrerá também um mito, não sem dar mais uma machadada na credibilidade no socialismo/comunismo. No dia em que o Presidente morrer e com ele cair oficialmente o seu regime cairá também a máscara do radical esquerdismo que defendiam. Sim, Simón Bolívar era um herói, um visionário, um idealista que deixou uma importante herança ao mundo e ocupa um lugar de destaque na história mundial. Acontece que, o mundo mudou muito em 200 anos e, a realidade de hoje, pouco terá que ver com a que Simón nos deixou. Ideologicamente o Bolivarianismo é inatacável, como o é o Marxismo mas, a história diz-nos outra coisa. O que a história nos mostra e, no caso da Venezuela não será diferente, é que o líderes esquerdistas não resistem ao apelo do capitalismo, não conseguem negar os prazeres que o dinheiro compra, não conseguem contrariar a vontade de ter sempre mais. Todos aqueles discursos populares de igualdade, sacrifício, luta classicista são pensados ao redor de uma mesa farta, enquanto o povo os ouve com fome. A morte de Chávez abrirá uma caixa de pandora na Venezuela. Roubos, desfalques, desvio de dinheiro para bancos europeus, certificados de dívida sem cobertura, corrupção descarada nas mais altas instâncias no Estado, tudo é passível de ter acontecido e ser agora desvendado, sem grande surpresa, é certo. A máquina que sustenta Chávez (e, se a ironia não falhou, deve ter sido produzida num país capitalista) sustenta também um país e a crença de um povo numa utopia que lhes foi vendida mas, nunca entregue...
6 comentários:
Ênfase para a outra máquina que sustenta o Chávez e o regime. É que pode bem acontecer que essa não se desligue com a sua morte, vai daí fica tudo na mesma, menos alguns líderes da oposição, que se falarem muito alto, são capazes de ser silenciados definitivamente.
Não sei RCA, podem tentar mas, o ego de Chávez criou um sistema demasiado individualista, demasiado centrado nele, o que dificulta a tarefa de qualquer sucessor.
Pois, é que eu lembro-me sempre do Bush Jr.... quase que dava vontade de fazer uma aposta.
Perguntem ao povo, ao verdadeiro povo, se gostam ou não do Chavez. Como nos cromos, trocava o Chavez pelo Passos, Gaspar, Cavaco, Moedas e resto do bando.
Maria essa é uma troca que eu não faria em momento algum. Mil vezes um incompetente a um ditador.
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