Na minha rua há natureza em estado puro. Há esquilos a atravessar a estrada, coelhos a espreitar por entre as árvores. Há patos que vêm grasnar à minha varanda, pedindo por pão. Há cucos que me despertam pela manhã. Corujas que nos vigiam pela noite. Pássaros que comem as migalhas que lhes deixo no parapeito. Na minha rua há desportistas profissionais e amadores, convictos madrugadores e esforçados vespertinos. Na minha rua há o riso das crianças que brincam. Há a alegria dos avós que assistem. Na minha rua há amantes que se amam, alguns despudoradamente outros, na clandestinidade, com o ar de Eva ao trincar a maçã. Na minha rua há narcisistas que se acariciam e sorriem a quem passa. Na minha rua há o barulho (e por vezes o cheiro) da juventude. Na minha rua há a esperança do amanhecer e a melancolia do final de tarde. E, na minha rua, há gente que acha bem satisfazer as suas necessidades ao ar livre, proporcionando-me uma visão matinal que me assombrará para o resto do dia (há imagem pior que um velho de cócoras com as calças pelos tornozelos?)...
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Lá, na rua onde eu moro...
Na minha rua há natureza em estado puro. Há esquilos a atravessar a estrada, coelhos a espreitar por entre as árvores. Há patos que vêm grasnar à minha varanda, pedindo por pão. Há cucos que me despertam pela manhã. Corujas que nos vigiam pela noite. Pássaros que comem as migalhas que lhes deixo no parapeito. Na minha rua há desportistas profissionais e amadores, convictos madrugadores e esforçados vespertinos. Na minha rua há o riso das crianças que brincam. Há a alegria dos avós que assistem. Na minha rua há amantes que se amam, alguns despudoradamente outros, na clandestinidade, com o ar de Eva ao trincar a maçã. Na minha rua há narcisistas que se acariciam e sorriem a quem passa. Na minha rua há o barulho (e por vezes o cheiro) da juventude. Na minha rua há a esperança do amanhecer e a melancolia do final de tarde. E, na minha rua, há gente que acha bem satisfazer as suas necessidades ao ar livre, proporcionando-me uma visão matinal que me assombrará para o resto do dia (há imagem pior que um velho de cócoras com as calças pelos tornozelos?)...
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10 comentários:
A sério??? Medo!
OMG... Eu estava a comer uma maçã... estava!!
que visão escatológica!
Ora bolas, a descrição estava a ser tão poética...
Estava a ser bonito. Até à última frase.
Estava de facto a ser um belo texto até à última frase xD
Chuva, a sério! (para grande infortúnio meu...)
Sílvia, desculpa a imagem, há sempre mais fruta na fruteira...
Brisa, "escatológica" is the word...
Ana, passou de poética a "poéquica"... ;)
POC e Rita, that's the way life is... tudo muito bonito até sermos assombrados por uma imagem de merda. Não há-de ser nada, amanhã os patos, os cucos, as crianças e os desportistas estarão de volta...
Bio hazard... será que voltam?
Credo!
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