Sabrina...

Há dias, ao ler um blog feminino, tive uma reminiscência dos meus verdes anos. Sempre fui muito incentiva a ler e, embora a prateleira da minha escrivaninha ostentasse a colecção completa d'Os Cinco, a minha preferência recaía nos romances da Harlequin, que eu, clandestinamente conseguia surripiar à minha irmã. Foi este tipo de literatura que me acompanhou na adolescência. Há até uma história , agora relembrada pela família entre gargalhadas, num longínquo Verão onde eu e a Mona (minha parceira no crime, as usual) fomos apanhadas de madrugada, sentadas no frio chão da casa de banho, a ler estes livros. Incompreensivelmente levámos uma descompostura das nossas irmãs (nossas tutoras em época de veraneio). Aprendi muito com aqueles livros (true story). Para quem não os conhece, a fórmula era simples: paixão ardente + sexo tórrido = final feliz. Os primeiros capítulos eram lidos com alguma desmazela, era a parte do donzela conhece herói, herói apaixona-se por donzela, donzela apaixona-se por herói, obstáculo impede amor... A acção mesmo começava entre as páginas 120 e 140 e aí é que as coisas ficavam interessantes. Fosse a meio de uma discussão, num passeio romântico, após a queda de um cavalo ou de uma caminhada na praia, invariavelmente, o herói agarrava a amada pela cintura, mergulhava a sua língua na boca dela, lambia-lhe os seios rígidos de prazer, procurava-lhe o sexo molhado e mergulhavam os dois numa onda de êxtase e paixão arrebatadora. A descrição destas cenas eram minuciosamente detalhadas, um pouco como o ramalhete n'Os Maias, o que só os tornava ainda mais interessantes. (Desconfio que a minha veia adjectivadora venha deste tempo). 

 Anyway, descubro agora que a blogosfera está pejada de Sabrinas, and suddenly it feels like 15 all over again...