quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Um dia...

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Ela é forte. Tem fibra e calo como mulher do Norte que é. Cresceu com as amarguras da vida. Caiu, levantou-se, tornou a cair, uma e outra vez, nunca se deixou ficar no chão. Traz em si as marcas de todas as quedas. São mais que meras nódoas negras, são cicatrizes profundas que rasgaram a alma. Carrega-as em segredo. Esconde-as. Ninguém gosta de cicatrizes, poucos as entendem. Entre a carne e a sua alma há um fosso intransponível, cavado pelas desilusões, pela dor, pela vida. Mostra ser a pessoa que as suas circunstâncias a obrigaram mas, esconde uma parte importante do que é. Quer acreditar, confiar, dar a mão mas, a memória não permite. Dizem que se substituirmos o frio aço de um elefante acorrentado por um simples cordel, ele não o rebenta, pois recorda-se apenas que está acorrentado e que são vãs as suas tentativas. Ela é um elefante acorrentada às memórias, ao medo. Um dia vai perceber que o que a amarra é apenas um cordel. Um dia vai permitir-se ser feliz...

4 comentários:

RCA disse...

Bem, suponho que este texto, bem bonito por sinal, não é sobre um elefante.

MisS disse...


RCA, não, não é...

Miss Smile disse...

Então quem é a personagem?

Isa disse...

Também gostava de saber...