domingo, 17 de fevereiro de 2013

Time changes the flavor...

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Sou uma espécie de junkie. Quando gosto de uma coisa consumo-a de forma quase obsessiva. Seja comida, bebida, uma música, um autor, uma citação. Se gosto, se desperta algo em mim, uso e abuso no seu consumo, até ao ponto de enjoar. Então coloco essa súbita paixão na prateleira. Passam-se anos até redescobrir o seu sabor, e este raramente tem o mesmo travo. Por vezes a memória volta em força e compreendo a minha obsessão na altura, outras não consigo entender o que é que via naquilo. Há dias, numa conversa de amigas veio à tona uma dessas minhas obsessões. Era uma frase de um filme, não me lembro qual era o filme, os actores ou sequer a história. Lembro-me de o ter visto no velhinho cinema Avenida em Coimbra. Lembro-me de subir a rua do mercado a caminho de casa na Sé Velha, sempre a repetir a frase. E sim, lembro-me de, nos dias seguintes, responder a todas as perguntas com um: "you can not walk away from love". Foi de tal forma viral que, ainda hoje, as minhas antigas roommate recordam esse episódio sempre que o tema é romance. E, então, lá surge a fala, em jeito de sábio conselho; "you can not walk away from love".
Havia um contexto que enquadrava estas palavras. Havia um sonho, uma esperança. Uma sucessão de creepy coincidences que pareciam gritar a inevitabilidade de um destino. Uma inevitabilidade que não se cumpriu.  À época, esta obsessão fazia sentido, hoje é estranha, as palavras já não casam. Já não sabe ao mesmo. Traz um trago amargo. Traz a dúvida, a decepção. Can´t we really? 

2 comentários:

Gija disse...

O filme é o "O Pecado Original" com a Angelina Jolie e o António Banderas.

MisS disse...

Ei-la, a memória ;)